O governo Lula pode pedir a extradição de Jair Bolsonaro dos Estados Unidos para o Brasil, se for necessário. Foi o que afirmou o ministro da Justiça, Flávio Dino, em entrevista exclusiva a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.
“Por enquanto, não há, ainda, nenhuma situação ensejadora do pedido de extradição, que seria legalmente cabível. Claro que, se ele alongar essa permanência, aparentemente temporária, e alongá-la definitivamente, aí sim a situação muda”, explicou Dino.
Nesta fase das investigações, segundo ele, nada justificaria a medida, mas isso mudaria se o ex-presidente resolvesse ficar em definitivo no exterior. Para Flávio Dino, Bolsonaro se colocou na condição de “investigado”, por ações e omissões, e se não voltar “estaria fugindo”.
“Espero que ele [Bolsonaro] volte, até porque, se ele não voltar, aí sim pode configurar uma situação em que ele estaria fugindo de procedimentos legais. Eu não quero crer que um ex-presidente da República vá fugir de prestar esclarecimentos que são importantes”, disse o ministro.
Nesta quarta-feira (8), completa um mês dos ataques criminosos aos Três Poderes, e as apurações estão na fase de produção de provas. Com relação à suspeita da participação de militares, oito oficiais são investigados pelo Ministério Público Militar e, segundo o ministro da Justiça, ainda há muito a ser explicado.
Na entrevista a Datena, Flávio Dino também voltou a defender a criação de uma Guarda Nacional, que substituiria a Força Nacional. O ministro entende que a segurança nas sedes dos Três Poderes melhoraria e o apoio em qualquer lugar do país, em situações de necessidade, seria mais eficaz.
Sobre a crise humanitária vivida pelos ianomâmis, Dino disse que mais de 500 crianças já morreram. O ministro determinou a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar a suspeita de genocídio, entre outros crimes.
O ministro da Justic¸a foi entrevistado por Jose´ Luiz Datena no Manhã Bandeirantes desta terc¸a-feira (07).