Leptospirose mata? Conheça sintomas depois de 1º caso de morte no RS

Doença evolui para quadro grave em 15% dos pacientes e pode levar à morte; saiba mais

Da redação

Enchentes em Porto Alegre, Rio Grande do Sul
REUTERS/Diego Vara

Um homem de 67 anos morreu por leptospirose em Travesseiro, cidade atingida por enchentes no Rio Grande do Sul. Ele morreu na sexta-feira (17) e a morte pela doença foi confirmada nesta segunda-feira, de acordo com o Laboratório Central do Estado (Lacen).

Leptospirose é apenas uma das doenças que podem ter a transmissão facilitada por conta dos alagamentos no Sul. Em entrevista para Rádio Bandeirantes, a epidemiologista Dra. Fátima Marinho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), detalhou que a água contaminada pode ser vetor para tétano, diarreias e surtos de hepatite.

"É fundamental que as pessoas que precisam entrar em contato com essa água recebam antibióticos profiláticos para prevenir a infecção", ressaltou a epidemiologista.

Além do risco aumentado pelos alagamentos, a situação dos hospitais no estado é crítica, com muitos estabelecimentos alagados e inoperantes. Fátima enfatizou a necessidade de aumentar a capacidade hospitalar, incluindo a instalação de hospitais de campanha.

"Estamos diante de uma emergência de saúde pública. É essencial que haja um plano de ação robusto para evitar o colapso dos serviços de saúde e a perda de vidas que poderiam ser salvas com a preparação adequada", apontou.

O que é e qual é a transmissão da leptospirose

A leptospirose é uma infecção bacteriana transmitida pela urina de ratos, frequentemente encontrada em água contaminada. "Em períodos de enchentes, como o que estamos vendo no Rio Grande do Sul, há um aumento significativo no risco desta e de doenças infecciosas", explicou a epidemiologista.

Embora muitos casos sejam leves e semelhantes a uma gripe, com febre, dores musculares e calafrios, a doença pode se tornar grave, exigindo hospitalização e cuidados intensivos.

Sintomas

De acordo com o Ministério da Saúde, a leptospirose pode ser dividida em duas fases: precoce e tardia. Em aproximadamente 15% dos pacientes com a doença, o quadro evolui gravemente e pode levar à morte.

Os principais da fase precoce são:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dor muscular, principalmente nas panturrilhas
  • Falta de apetite
  • Náuseas/vômitos.

E da fase tardia são:

  • Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias
  • Síndrome de hemorragia pulmonar - lesão pulmonar aguda e sangramento maciço
  • Comprometimento pulmonar - tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica
  • Síndrome da angustia respiratória aguda – SARA
  • Manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central.

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