João Fonseca fez história nesta terça-feira (14). O tenista brasileiro de 18 anos venceu o russo Andrey Rublev, nono no ranking da ATP, por três sets a zero na estreia da fase principal do Aberto da Austrália.
Fonseca já fez história ao simplesmente entrar na quadra, se tornando o brasileiro mais jovem da história a jogar na chave principal de um “Grand Slam” na Era Aberta do tênis, iniciada em 1968.
Agora, a tendência é que ele siga criando novos capítulos históricos, já que tem tudo para ser o novo fenômeno do tênis brasileiro.
“Foi a primeira vez que ele joga a chave principal de uma Grand Slam, a primeira vez que ele enfrenta um ‘top ten’, a primeira vez que ele joga numa quadra muito grande e ele mostrou que tá preparando para tudo isso”, analisou Chiquinho Leite Moreira, jornalista especialista em tênis.
Na visão do jornalista, o que faz o brasileiro tão especial é o seu estilo completo, com algumas virtudes já comparáveis aos melhores do mundo.
“Ele tem a capacidade de pegar a bola na subida, ou seja, ele diminui o tempo de reação do adversário. É coisa que o que o Jannik Sinner [atual número 1 do mundo] faz também. Ele tem uma capacidade de ter tanto o golpe de esquerda como direita, é muito regular e muito forte”, explicou Chiquinho.
Com 18 anos, com o físico ainda em formação, a tendência é que ele melhore ainda mais
Prova desse talento todo está no caminho de João Fonseca para chegar à chave principal do Aberto da Austrália. A vitória sobre Rublev foi a 18ª seguida do brasileiro.
“Ele não perdeu o saque no qualifying[...] Hoje pela primeira vez teve o seu serviço quebrado”, disse o especialista.
Duelo contra italiano
Na próxima rodada, Fonseca enfrenta o italiano Lorenzo Sonego, de 29 anos. O brasileiro já enfrentou o número 55 do mundo no circuito, e acabou saindo vencedor.
“Ele é muito é muito esperto, é um jogador que varia, ou seja, ele não fica jogando sempre como o Rublev, que faz tipo aquele braço de ferro: 'Vamos ver quem bate mais forte à direita'. Nessa brincadeira hoje quem bateu mais forte direita foi o João. O Sonego é um jogador que vai dar variar um pouco mais, ou seja, vai dizer um pouco mais de versatilidade do João”, analisou Chiquinho.
A dificuldade de Bia Haddad Maia
O jornalista também comentou sobre a dificuldade de Bia Haddad Maia em sua estreia na Austrália. A melhor tenista brasileira na atualidade sofreu para bater a argentina Julia Riera.
“Às vezes acontece de o jogador ficar um pouco mais lento na reação. Hoje ela tava com essa dificuldade. Ela é uma jogadora muito grande. Estava com dificuldade de impor o seu jogo”, disse.
Em busca de voltar ao top 10 do ranking da WTA, Bia mudou a sua equipe técnica para 2025, exigindo uma fase de adaptação.
“Às vezes você tem que fazer algumas alterações a pedido do seu novo treinador. É uma questão de adaptação. Uma pena que tenha que surgir em um Grand Slam”, afirmou Chiquinho Leite Moreira.
