"Início de racha muito grande no PCC", diz promotor sobre assassinatos em presídio

Lincoln Gakiya analisou o assassinato de dois integrantes da facção que planejavam sequestro de Sergio Moro e mortes de outras autoridades

Da redação

O Primeiro Comando da Capital (PCC) executou dois homens que planejaram o sequestro e morte do senador Sergio Moro e de outras autoridades dentro do presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, na tarde desta segunda-feira (17).  

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o promotor de Justiça de São Paulo Lincoln Gakiya, que também era um dos alvos do grupo, afirma que a execução dos homens é o "início de um racha muito grande dentro da facção criminosa".  

"Isso é decorrência de um racha interno. Se é ordenado a morte de lideranças desse quilate possivelmente outros líderes que estão acima que determinaram e isso ainda vai ter outras consequências. Acredito que isso é o início de um racha muito grande nessa facção criminosa", disse.  

Janeferson Aparecido, o Nefo, e Reginaldo Oliveira, conhecido como Rê, foram mortos com objetos perfurocortantes fabricados dentro do presídio. De acordo com o promotor, um deles foi encurralado no banheiro e outro foi morto do pátio da unidade de segurança máxima.  

Os dois haviam sido presos em março de 2023, acusados de integrar um plano para sequestrar e executar Moro, o promotor de Justiça Linconl Gakya e outras autoridades.

Ao comentar sobre o presídio de Presidente Venceslau, Gakiya afirmou a unidade prisional possui diversos integrantes do PCC e foram os líderes da cúpula da facção que determinaram a morte de Nefo e Rê.  

"A penitenciária 2 de Presidente Venceslau abriga os criminosos mais perigosos do estado de São Paulo. Ali quem não for do PCC não entra porque vai acabar sendo morto. Ou é integrante do PCC ou é, como eles chamam, companheiro, que colabora com eles. Todos que estão lá estão ligados ao PCC", disse.  

Os dois criminosos mortos nesta segunda eram líderes da chamada "sintonia restrita", um grupo dentro da facção que elaborava planos para sequestrar e assassinar autoridades, políticos, policiais penais e federais.

Segundo o promotor, um plano para resgate do líder da facção, Marcos Herbas Camacho, conhecido como "Marcola" também havia sido elaborado pelo "sintonia restrita".  

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