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Hacker afirma que foi contratado por Carla Zambelli para invadir sistema do CNJ

Da Redação

Hacker afirma que foi contratado por Carla Zambelli para invadir sistema do CNJ
Reprodução/BandNews TV

O hacker alvo de operação da Polícia Federal por ter invadido o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça afirma que a ação foi planejada por Carla Zambelli.  

Walter Delgatti Neto foi preso ontem no interior de São Paulo na ação que também apreendeu documentos, dois celulares e o passaporte da deputada federal do PL.

Tanto o apartamento quando o gabinete da parlamentar foram alvos dos agentes.

Zambelli é suspeita de pagar ao hacker mais de 13 mil reais por meio de assessores para que ele invadisse o sistema do Conselho Nacional de Justiça.

Os crimes teriam ocorrido entre os dias 4 e 6 de janeiro deste ano.

Segundo a polícia, Delgatti Neto conseguiu inserir alvarás de soltura e mandado de prisão falsos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

A deputada nega todas as acusações.

Em depoimento informal, após ser preso, Delgatti assumiu a autoria do crime e disse que foi contratado por Carla Zambelli, de quem se aproximou no ano passado.

Segundo ele, o mandado de prisão falso foi escrito pela própria deputada.

Conhecido como o hacker da "Vaza Jato", Walter Delgatti Neto teria sido o autor da invasão do grupo de Telegram que reunia os procuradores e o então juiz Sergio Moro.

A ação revelou a troca de mensagens ilegais entre os integrantes da Lava Jato e o ex-magistrado.

Dois anos depois do caso vir à tona, o hacker passou a ser disputado por pessoas do mundo político.

De acordo com as investigações, Zambelli pediu para que ele invadisse o sistema das urnas eletrônicas para, assim, mostrar a fragilidade do sistema.

Sem conseguir o acesso, Delgatti tentou entrar no celular de Alexandre Moraes - sem sucesso; foi aí que se buscou atuar no sistema do CNJ.

O hacker afirmou que em agosto do ano passado, durante a campanha eleitoral, se encontrou com Jair Bolsonaro.  

Segundo ele, o ex-presidente teria perguntado se seria possível invadir as urnas eletrônicas.

Mas o hacker disse que não conseguiria porque não poderia ir pessoalmente ao Tribunal Superior Eleitoral.  

Carla Zambelli confirmou que levou Delgatti Neto até o Palácio da Alvorada, mas ressaltou que Bolsonaro perguntou apenas se as urnas eletrônicas eram seguras.

O hacker teria respondido ao ex-presidente que nenhum equipamento eletrônico é seguro.

Para a parlamentar, a Polícia Federal tenta atingir Jair Bolsonaro com a operação.

Ontem, o Conselho de Ética da Câmara aceitou denúncia contra a deputada federal.

Zambelli é acusada por Duarte Júnior, do PSB, de xingamento ofensivo durante uma audiência numa comissão da Casa, em abril.

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