Leclerc em fase "espetacular" e Verstappen sob pressão: o que esperar no Canadá?

Comentaristas Reginaldo Leme e Fred Sabino avaliam cenário para a próxima etapa da F1 com disputa acirrada pelo título

Da Redação

Verstappen entra no GP do Canadá pressionado por boa fase de Leclerc
Claudia Greco/Reuters

A emocionante vitória de Charles Leclerc no GP de Mônaco abriu a disputa pelo título como há muito tempo não se via na Fórmula 1. Ao vencer em casa, o monegasco diminuiu a vantagem em relação ao líder Max Verstappen e colocou a Ferrari em condições de ultrapassar a Red Bull no Mundial de construtores já nesse final de semana, no GP do Canadá. "Neste momento a gente está vivendo uma expectativa de uma melhora, de ser mais disputado o Campeonato Mundial, ficou um pouquinho mais equilibrado", disse o comentarista Reginaldo Leme durante o Bandeirada, na Rádio Bandeirantes.

Mais que os números, a fotografia do momento mostra Leclerc em ótima fase, com muita regularidade, enquanto o atual tricampeão mundial derrapa e bate-cabeça com a equipe austríaca em busca do melhor ajuste no carro. "A Red Bull não foi superior, não diria nem nas últimas duas, nas últimas três. Porque o Norris ganhou em Miami, quase venceu em Ímola, se tivesse um pouquinho mais de prova, ele provavelmente conseguiria ultrapassar, e o Leclerc foi dominante em Mônaco", afirmou o comentarista Fred Sabino.  

"O que me deixa com a pulga atrás da orelha, e deveria deixar a Red Bull também, é que são três pistas completamente diferentes: Miami é um circuito de rua, mas que tem seus trechos mais semelhantes ao autódromo, Ímola é um circuito autódromo-raiz, com chicane, com subida, com descida, com curva de alta, curva de baixa, e Mônaco é um circuito de rua. Então três pistas muito diferentes que a Red Bull foi superada pela McLaren em Miami e foi superada pela Ferrari e pela McLaren em Mônaco. Só em uma ela venceu e mesmo assim por pouco. Então a Red Bull tem que estar com as barbas de molho", disse.

Apesar de Reginaldo Leme ver uma vantagem para a Red Bull no Canadá por conta da velocidade do carro na reta e de Verstappen ser "um piloto que não erra", Sabino prevê ainda mais dificuldades por conta das características do circuito Gilles Villeneuve. "Ela é favorita, mas outro aspecto para ficar com a pulga atrás da orelha é que, em Mônaco, e em Ímola também, de certa forma, sofreu muito com zebra, do carro subir e cair na pista literalmente. E Canadá o que não falta é zebra que o piloto tem que atacar. Então ao mesmo tempo que tem o retão ali depois do cotovelo, antes da chicane da reta do box, por outro lado tem zebras altas, que tem ali perto do Muro dos Campeões e em outros trechos. É um circuito que não depende também tanto da pressão aerodinâmica, depende de um equilíbrio mecânico".

Além da má fase e da dificuldade em se adaptar a condições de pista muito específicas, a Red Bull ainda tem pela frente a melhor versão do Leclerc dos últimos anos. Regular, o ferrarista não chegou abaixo do quarto lugar em nenhuma das oito etapas disputadas até o momento. "Eu vejo o Leclerc agora muito confiante, ele é um piloto cujo emocional varia muito, mas eu vejo o Leclerc em um grande momento. Sabe por que? Porque a Ferrari hoje tem gestão. Tem o Fred Vasseur no comando", disse Sabino. "É impressionante como o Leclerc é um piloto mais regular hoje do que já foi. Isso é consistência, confiança, regularidade. Vejo o Leclerc em um momento muito importante, muito espetacular mesmo. Rápido ele sempre foi, mas agora parece ter a confiança de que, em outras épocas, ele não tinha, quando a Ferrari era aquela barafunda, com erro de pit-stop, erro de estratégia, motor que quebrava. E aí, numa dessas, acabava o piloto errando também porque ele tem que acabar superando todos esses obstáculos", afirma.

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