Após semanas de protestos, o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu adiar uma proposta de reforma no judiciário do país.
A decisão de Netanyahu, porém, não é consenso entre os membros da coalizão de extrema-direita que governa o país. Um dos homens-forte do governo, o ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir, é apoiador da reforma que tira poderes do judiciário.
Ben-Gvir integra a ala mais à direita do governo. Para aliados do político, ministros da suprema corte do país são responsáveis pela desvinculação da nação israelense com o judaísmo e uma aproximação da cultura árabe-palestina.
A proposta de reforma do governo torna possível a revisão de decisões do judiciário pelo parlamento do país e muda regras para eleger ministros da corte, dando mais poder ao executivo.
Netanyahu também tem motivos para buscar reformar a alta corte do país. O premiê é investigado por fraude e corrupção durante seu mandato anterior, entre 2009 e 2021.
O cálculo do líder do governo, porém, inclui as maiores manifestações em Israel na última década.
A negociação de Netanyahu representa duas derrotas para o executivo. Além de adiar a votação da reforma no parlamento, o chefe do governo teve de agradar Ben-Gvir. De acordo com veículos de mídia israelenses, foi prometida a criação de uma nova força de segurança nacional, sob a guarda de Ben-Gvir. O ministro havia ameaçado abandonar o governo em caso de abandono da reforma.