O governo federal classifica como natural a dispensa de 51 militares que atuavam no Gabinete de Segurança Institucional, no Palácio da Alvorada e na Granja do Torto. O movimento oficializado ontem já tinha sido antecipado por Lula durante um café da manhã com jornalistas que acompanham a rotina do Planalto, na semana passada.

Na ocasião, o presidente disse que não tinha como seguir com "bolsonarista raiz" cuidando do dia a dia dele. E acrescentou que houve conivência para que os vândalos conseguissem entrar no Planalto durante os ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

No palácio, a segurança é de responsabilidade do Batalhão da Guarda Presidencial do Exército. O chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirma que esse tipo de troca ocorre normalmente e sinalizou que outras semelhantes ainda ocorrerão.

Ao lado do ministro da Defesa, José Mucio, Rui Costa se reuniu nesta terça-feira com os três comandantes militares. Foi um almoço para "olhar para frente e alinhar posições", após o momento delicado na relação do governo com as Forças Armadas.

O chefe da Casa Civil deu um recado em nome do presidente: Lula confia no Exército, na Marinha e na Aeronáutica. E pediu "paciência" para mexer em posições estratégicas. Até o fim da semana, Lula deverá se encontrar com os comandantes das Forças Armadas novamente para deixar claro que a intenção é virar a página.

Mesmo clima no Supremo Tribunal Federal, que lançou uma campanha institucional com a mensagem: apesar dos ataques, a democracia vai seguir inabalada. Mas em entrevista à Band News FM, o ministro da Secretaria de Comunicação do Planalto, Paulo Pimenta, avisou que olhar para frente não significa deixar de punir.

Na internet, o presidente Lula declarou ter disputado e ganhado as eleições para cuidar do povo brasileiro. De acordo com ele, quando chegou, encontrou uma casa bagunçada; no entanto, está trabalhando para corrigir isso com muito respeito e seriedade.