"Falar de tarifa zero hoje é demagogia", diz Tabata Amaral sobre ônibus

Deputada abriu a segunda rodada de entrevistas dos pré-candidatos à Prefeitura de SP na Rádio Bandeirantes

Da Redação

A pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB) afirmou ser contra a implementação de tarifa gratuita no transporte de ônibus na cidade. A deputada esteve nos estúdios da Rádio Bandeirantes nesta segunda-feira (22) para a segunda rodada de entrevistas dos pré-candidatos ao cargo de prefeito da capital paulista, que ocorre nesta semana. 

“Hoje, para mim, falar de tarifa zero é demagogia. Lá na frente, é o futuro. 

A tarifa zero é uma das principais bandeiras dos principais rivais de Tabata nas eleições de outubro deste ano. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) instituiu o transporte gratuito de ônibus aos domingos deste em dezembro do ano passado. Guilherme Boulos (PSOL) pretende ampliar o benefício. 

As estimativas apontam que custaria entre R$ 10 a R$ 12 bilhões por ano instituir o transporte 100% gratuito na cidade. 

“A gente já tem um transporte que não funciona, que quebra, que não chega no horário, que não é confiável. Como é que a gente vai colocar mais R$ 10 bilhões nesse sistema, que não está racionalizado, não está resolvido, sendo que para investimento em um todo a gente tem R$ 13 bilhões? Não vai sobrar nada para as outras áreas”, afirmou a pré-candidata. 

Para Tabata Amaral, a aposta da Prefeitura de São Paulo tem que ser na melhoria do serviço de transporte público da cidade, não no preço da passagem. 

“A gente tem que ter um sistema de transporte público seguro, que chega no horário e que é mais rápido que você andar de carro. É básico, é você colocar no celular e o GPS do ônibus funcionar. Se estar dizendo que ele vai passar 6h07 da manhã, às 6h07 da manhã ele tem que estar no ponto de ônibus”, disse.

A pré-candidata ainda afirmou que vai rever todos os contratos das empresas de ônibus de São Paulo, no centro de uma polêmica após uma operação apontar a ligação de grupos responsáveis pelo transporte público da capital com o crime organizado. 

“Venho dizendo, e se for prefeita vou fazer isso, a gente rever esses contratos. É um absurdo você ficar inerte diante disso. Inclusive, uma atuação que já tive foi porque o prefeito tinha escolhido, sem nenhum critério, sem nenhuma transparência,, a questão do aquático da Represa Billings. Tinha entregue todos esse processo para uma das empresas acusadas de envolvimento com o crime, que é a TransWolff", disse. 

Cracolândia

A pré-candidata também comentou sobre a situação na “Cracolândia” um dos principais problemas da capital paulista. Tabata Amaral afirmou que o foco para a região deve ser o combate à “economia do crime” da área.

“Se você não entender que a pessoa consegue muitas vezes o dinheiro por um mecanismo ilegal, de reciclável, e compra a droga de forma mais barata na ali. Se você não desmonta essa economia do crime, não começa a entender a situação”, afirmou.

Sobre o tratamento dos dependentes químicos, a pré-candidata lembrou a situação do próprio pai para ressaltar que o foco tem que ser no acolhimento da pessoa, não a criminalização. 

“Eu perdi meu pai quando tinha 18 anos de idade, e eu perdi meu pai sobretudo para o preconceito. Para o tabu de uma pessoa que nunca teve uma vaga em um hospital público, que não foi diagnosticada precocemente e que sempre foi tratada como alguém que não queria nada com nada”, explicou. 

Questionada sobre a internação compulsória de dependentes químicos, Tabata ressaltou que a “quem decide sobre a internação é o médico, não o político”. 

Educação

Ao avaliar o tema educação, um dos quais é mais associada, a pré-candidata diz defender uma “educação 100% pública” na capital, mas isso não impede que a cidade use parcerias privadas para apoiar o desenvolvimento das escolas municipais. 

“Por que a gente não pode pensar em ter um parceiro do privado ajudando com a gestão do entorno? Por que a diretora da escola tem que estar preocupada com o matagal que está alto, com o muro que está pichado, com a porta de um banheiro que quebra? Por que a gente não pode liberar o tempo dela e dos professores  para fazer o que é o mais importante?”, explicou. 

Veja a entrevista na íntegra:

Entrevistas com os pré-candidatos

  • A Rádio Bandeirantes realiza ao longo das manhãs desta semana a segunda rodada de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito da cidade da São Paulo, confira a programação.

    Terça-feira (23): Guilherme Boulos/PSOL
  • Quarta-feira (24): Marina Helena/NOVO
  • Sexta-feira: Ricardo Nunes/MDB

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