Bento Albuquerque deve prestar depoimento sobre joias da Arábia Saudita hoje

Ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque
Alan Santos/PR

O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque deve prestar depoimento hoje sobre as joias presenteadas pela Arábia Saudita a Jair e Michelle Bolsonaro. Ele foi intimado pela Polícia Federal junto com o ex-assessor da pasta Marcos André Soeiro. Os dois estavam na viagem ao Oriente Médio e foram os responsáveis por trazer os itens para o Brasil.

Ontem, a divulgação de uma gravação revelou os detalhes da última tentativa da equipe do ex-presidente de liberar os presentes no aeroporto de Guarulhos. As imagens do circuito interno são do dia 29 de dezembro de 2022, dois dias antes do fim do governo Bolsonaro.

Na abordagem, o sargento Jairo Moreira da Silva mostra no celular um ofício do chefe dele, o coronel Mauro Cid, braço-direito do ex-presidente. E pede a liberação de joias cravejadas de diamante que foram enviadas pelo governo saudita para a então primeira dama Michelle Bolsonaro.

O militar tenta colocar o chefe em contato com o auditor da Receita, que se recusa a atender. Numa última tentativa o sargento Jairo Moreira da Silva diz que a retirada das joias é mera burocracia de fim de governo. A tentativa do funcionário da Presidência da República não deu certo e nada foi liberado do cofre da Receita Federal, em Cumbica.

Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, a investigação da Polícia Federal sobre a entrada ilegal das joias vai exigir a intimação de todos os envolvidos. E isso incluirá o ex-presidente e a ex-primeira dama.

Outro presente, com abotoaduras, relógio, caneta e um terço islâmico, da tradicional marca suíça Chopard, entrou na bagagem de outro assessor de Bento Albuquerque. E ficou por mais de um ano guardado na sede do Ministério de Minas e Energia - só foi incorporado à Presidência da República em 29 de novembro de 2022.

O pacote foi recebido por Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, que o tratou como parte do acervo pessoal dele. Questionado, o advogado Frederick Wassef disse que o ex-presidente agiu dentro da lei, declarou os bens de caráter personalíssimo, não havendo qualquer irregularidade.

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