Diplomacia brasileira sai fragilizada com saída de opositor da Venezuela, diz professor

Edmundo González, que enfrentou Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho, deixou a Venezuela neste sábado (7) após receber asilo político na Espanha

Da redação

Diplomacia brasileira sai fragilizada com saída de opositor da Venezuela, diz professor
Edmundo González Urrutia
Edmundo González Urrutia | Foto: REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

O principal opositor de Nicólas Maduro na Venezuela recebeu asilo político da Espanha neste sábado (7). Edmundo González Urrutia estava refugiado na embaixada espanhola em Caracas depois de receber ordem de prisão.  

Para o professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, a diplomacia brasileira e toda a América Latina saem fragilizadas após o episódio. Ele falou ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, nesta segunda-feira (9). 

"Se olharmos com algum cuidado, o maior dano no caso venezuelano é a perda da referência da América Latina inteira sobre um dos seus problemas. Quem tirou Edmundo González de uma situação de prisão real foi a ação da diplomacia europeia", disse.  

O Itamaraty e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm acompanhado a situação na Venezuela desde as eleições. Neste domingo (8), Lula se reuniu com a Secretária-Geral do Itamaraty, a embaixadora Maria Laura da Rocha. Ela ocupa a chefia interina do Ministério das Relações Exteriores enquanto o chanceler Mauro Vieira cumpre agendas no Oriente Médio e Ásia.

Para Trevisan, a América Latina foi incapaz de se articular para resolver a situação. "A América Latina como um todo foi incapaz de resolver seus problemas e isso está anotado. Quando olhamos pra esse quadro, ele é preocupante não só pela Venezuela, mas pela situação diplomática de toda a região", disse.  

Em agosto, Lula disse que não reconhecia as eleições na Venezuela, que deram vitória a Maduro, e sugeriu uma coalizão ou novas eleições – o que foi descartado pelo país vizinho. 

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