A operação contra policiais suspeitos de envolvimento com o PCC prendeu o delegado Fábio Baena, citado em delação premiada por Vinícius Gritzbach, morto no Aeroporto de Guarulhos em novembro deste ano. A ação ocorre nesta terça-feira (17) pelo estado de São Paulo.
Na época da delação de Gritzbach, que acusou diversos delegados e policiais de corrupção e extorsão, Baena comandava uma investigação em que o delator era suspeito de ser mandante da morte de dois integrantes do PCC.
Deflagrada pela Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo, a Operação Tacitus, como foi chamada, tem como objetivo desarticular uma organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública (corrupção ativa e passiva).
De acordo com a PF, a investigação partiu de análise de provas que foram obtidas em diversas investigações policiais que envolveram movimentações financeiras, colaboração premiada e depoimentos.
Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. As penas somadas podem chegar a 30 anos de reclusão.
Pelo menos 130 policiais da Polícia Federal cumprem mandados de busca e apreensão e de prisão em São Paulo, interior e litoral norte do estado.
Em nota para a imprensa, a defesa de Fábio Baena afirma que a prisão não tem “necessidade, idoneidade e se constitui em arbitrariedade flagrante”.
“Inadmissível no Brasil se banalizar o direito à liberdade, decretando-se prisão midiática, sem contemporaneidade, e o mais grave, por fatos que já foram investigados e arquivados pela Justiça, por recomendação do próprio Ministério Público”, diz a nota.