Depois da condenação no Tribunal Superior Eleitoral, a defesa de Jair Bolsonaro prepara recursos na Justiça.
As chances de reverter a decisão que tornou o ex-presidente inelegível por oito anos são mínimas, mas existem.
Uma delas é recorrer ao próprio TSE, que só deverá publicar o acórdão do processo depois do recesso judiciário.
Uma vez publicado, a defesa de Bolsonaro tem até três dias para entrar com embargos de declaração, alegando que houve contradições no julgamento.
O recurso, no entanto, não altera a sentença da corte eleitoral.
Outra opção é recorrer à última instância no Supremo, como afirma o advogado de Bolsonaro Tarcísio Vieira de Carvalho.
No fim de semana, o presidente Lula se pronunciou pela primeira vez sobre a decisão do TSE. Foi no estádio Mané Garrincha, em Brasília, onde o petista esteve para despedir a seleção brasileira feminina de futebol no último amistoso antes da Copa do Mundo.
Jair Bolsonaro ainda é alvo de outros 15 processos na justiça eleitoral.
Dois deles são considerados os mais graves: um que analisa a concessão de benefícios financeiros dos programas Auxílio Brasil e Vale Gás durante o período eleitoral.
E ainda outro que investiga uma suposta rede de desinformação na internet.
O TSE já deu recados claros de que disseminação de notícias falsas contra as urnas eletrônicas não serão mais aceitas.
A cassação do ex-deputado Fernando Francischini por fake news, por exemplo, foi lembrada durante o julgamento de Bolsonaro para futuras ações.
O relator da ação, ministro Benedito Gonçalves, pretende colocar em pauta outros processos até novembro, quando deixa o posto de corregedor-geral da justiça eleitoral.