A Cúpula do Mercosul chega ao fim sem a assinatura do acordo de livre-comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia. Em negociação há mais de 20 anos, o tratado é visto como essencial para os latino-americanos, mas criticado por europeus. Durante participação na COP-28, em Dubai, o presidente francês chegou a classificar o acordo como "antiquado e contraditório".
Emmanuel Macron e outros líderes do continente desconfiam da credibilidade dos órgãos de controle ambiental de países do Mercosul. Ontem, ao fim do evento no Rio de Janeiro, os dois blocos divulgaram uma nota reforçando o compromisso de assinar o acordo comercial.
O recado conjunto afirma que ambos "estão engajados em discussões construtivas para finalizar as questões pendentes sobre o tratado". Já o chanceler Mauro Vieira garantiu que houve avanços e que pode haver um desfecho positivo até janeiro.
O presidente Lula lamentou a falta de acordo, mas demonstrou otimismo por um consenso entre as partes. Apesar da frustração, a Cúpula marcou a ratificação da entrada da Bolívia no Mercosul.
Um acordo de livre-comércio com Singapura e um programa de financiamento de obras de infraestrutura entre países-membros também foram assinados. No evento, Lula também passou a presidência rotativa do bloco para o paraguaio Santiago Peña.