Criminosos que se passam por indígenas pataxó estão aterrorizando fazendeiros na Bahia. Fingindo ter direito às terras, eles invadem fazendas, roubam madeira e ateiam fogo em plantações.
O grupo atua na Costa do Descobrimento, entre Porto Seguro e Prado, uma região do extremo sul do estado conhecida pelas belezas naturais. E tem ameaçado a área que abrange praias, Mata Atlântica, aldeias, criações de gado e plantações de cacau, café e frutas, que atrai milhares turistas e investimentos.
Nos últimos 5 meses, mais de 40 fazendas produtivas foram invadidas por indígenas que se dizem pertencentes da etnia pataxó. Em uma gravação, Nilson Fonseca se apresenta como cacique e anuncia a ação contra uma propriedade produtora de eucalipto, em Porto Seguro.
Os criminosos também invadiram outra fazenda na cidade de Prado onde a família do proprietário tem o título da terra desde 1972 - comprou e pagou pelo terreno. No entanto, até o momento, não conseguiu reaver a área onde cria gado e cultiva eucalipto, pimenta do reino e café.
Em outra gravação, o falso cacique pataxó Rodrigo Santana assume ter ateado fogo em outra fazenda em Prado; ele e outros dois homens fazem ameaças.
Os pataxó do sul da Bahia são donos de uma área de 11 mil hectares, mas querem ampliá-la para 52 mil hectares, ocupando terras públicas e privadas. Embora a demarcação da Terra Indígena Barra Velha esteja em curso há mais de 10 anos pela Funai, o processo não foi homologado.
O jornalismo do Grupo Bandeirantes pede uma resposta da Fundação Nacional do Índio desde o fim de fevereiro, mas até agora, a Funai não se manifestou. Já a Polícia Federal disse que não comenta sobre investigações que estão em curso.