Rubens Gomes, conhecido como Rubão, não é mais diretor estatutário de futebol do Corinthians. Ele havia assumido o departamento após a chegada de Augusto Melo à presidência.
O clube paulista anunciou o desligamento do dirigente nesta quinta-feira (2). A informação havia sido antecipada pela jornalista Marília Ruiz no Apito Final de 21 de abril, na esteira da crise política pela qual passa o Corinthians.
Além dos atritos que o diretor gerou para o presidente Augusto Melo, como nos casos da saída do zagueiro Lucas Veríssimo no início do ano, recentemente Rubão entrou em rota de colisão com Romeu Toma Jr, presidente do conselho deliberativo do Corinthians, a quem acusou de chefiar um "governo paralelo" com objetivo de derrubar a atual gestão. Isso ocasionou a instalação de comissões para fiscalizar vários dos departamentos do clube, incluindo o de futebol, o que gerou rusgas públicas.
Rubão foi responsável por organizar todo o processo de candidatura de Melo tanto no ano passado, quanto em 2020, quando ele acabou derrotado por Duílio Monteiro Alves.
Melo vê “fim de casamento”
Augusto Melo, presidente do Corinthians, falou sobre o desligamento do diretor de futebol, Rubão. Na noite de lançamento dos novos uniformes do clube para temporada de 2024, ele afirmou que a situação é como o fim de um casamento.
"Faz parte (sobre desligamento de Rubão). É como um casamento, tem hora que não dá certo e temos que seguir nossos rumos. Tudo pelo Corinthians melhor”, disse.
Rubão se pronuncia e vê “estranheza” em decisão de Melo
Já fora do cargo, Rubão fez um post nas redes sociais nesta sexta (3) explicando os motivos que culminaram com sua saída, mostrando-se surpreso com a decisão. Também reiterou que volta a ocupar seu lugar no Conselho Deliberativo do Corinthians,
Veja abaixo a mensagem de Rubão:
Fala Fiel Torcida!
Espero que todos vocês estejam bem e com saúde.
Como de minha parte nunca abandonei a transparência, tão prometida a vocês durante a última campanha, venho aqui explicar o que aconteceu nas últimas horas. No final da tarde desta quinta-feira, o presidente Augusto Melo ligou para mim e disse que precisava que eu deixasse o cargo de diretor de futebol.
A única explicação dada foi a pressão que ele disse sofrer. Estranhel, pois tenho consciência de que decisão como essa agita ainda mais o clube, já conturbado pelas recentes noticias sobre comissões de patrocínio, permuta de colchões, resistência à contratação do CEO e volta da equipe sub-23. Aliás, nunca deixei de questionar questões como essas, o que não deve ter agradado algumas pessoas.
Pior, justamente no momento em que nosso time consegue reagir e vencer dois jogos importantes na sequência. Em momentos assim precisamos de tranquilidade e de que todos entendam que o objetivo coletivo (nosso time) precisa estar acima das questões pessoals. Alimenta a estranheza também o fato de nos últimos dias eu ter defendido a gestão publicamente, uma vez que a diretoria e o próprio presidente concordaram, em nossa última reunião, que era necessário impedir o avanço das comissões, pelo menos da forma como foram feitas.
Enfim, na condição de presidente e responsável pelo que acontece no clube, Augusto Melo tem todo o direito de escolher as pessoas com as quais quer e não quer trabalhar. A partir de agora, com muito orgulho retomo meu lugar no Conselho Deliberativo, onde há mais de 20 anos sou conselheiro vitalicio, para seguir o trabalho que já fazia mesmo quando estava na diretoria: questionar, fiscalizar e cobrar sempre, de olhos bem abertos com os oportunistas e pensando única e exclusivamente no bem do Corinthians.
Doa a quem doer!
Vai Corinthians! Sempre!