Os partidos de oposição da Coreia do Sul apresentaram nesta quarta-feira (4) uma moção para o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol. No entanto, para que o processo avance na Casa, o Parlamento precisa indicar três juízes para completar a formação do Tribunal Constitucional do país.
A Corte é formada por nove juízes, mas três se aposentaram e ainda não foram substituídos, segundo o professor de Relações Institucionais da ESPM Leonardo Trevisan.
"Mesmo sendo feito o processo de impeachment, o Tribunal Constitucional sul-coreano precisa aprovar. O tribunal é composto por nove membros, três se aposentaram e não substituídos ainda", disse Trevisan, em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, nesta quarta.
De acordo com o professor, para que o tribunal possa avaliar o caso é preciso, pelo menos, sete juízes. "Então, precisa repor os juízes e isso deve atrasar um pouco o processo. Se espera que para a semana que vem o quadro já esteja resolvido. Lá, é o Parlamento que faz as indicações [dos juízes]", disse.
Para aprovação do impeachment na Coreia do Sul, são necessários 200 votos no Legislativo, a oposição tem 192 cadeiras no Parlamento.
Segundo ele, outro fator importante na atual situação da Coreia do Sul é que vários membros do governo já renunciaram. Trevisan avalia a situação como "uma crônica de uma morte anunciada" e diz que Yoon Suk Yeol tem apenas 19% de aprovação popular, segundo pesquisas sul-coreanas recentes.
Depois de decretar Lei Marcial no país e recuar, o presidente também enfrenta pressão para deixar o cargo. O impeachment de Yoon exigiria o apoio de dois terços do Parlamento para a moção e, em seguida, iria para análise do Tribunal Constitucional.
A moção, apresentada em conjunto pelo principal partido de oposição, o Partido Democrata, e cinco partidos menores de oposição, pode ser colocada em votação já nesta sexta-feira. Atualmente, cerca de 30 mil militares americanos estão na Coreia do Sul, que é considerada grande aliada dos Estados Unidos.
*Com informações da Agência Estado