O Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas do Governo de São Paulo registrou média de 38% dos pacientes que usaram drogas K no período de um ano. De 9 mil atendidos, 3,4 mil disseram ter usado a substância de "efeito zumbi".
Em abril do ano passado, primeiro mês de atividade do Hub, a porcentagem de dependentes químicos que usaram o entorpecente foi de 12%. O pico foi em setembro, quando 80% dos atendidos relataram uso desse tipo de droga.
Localizado no centro de São Paulo, o Hub é um equipamento público do governo do estado e funciona de portas abertas 24 horas para oferecer tratamento aos dependentes químicos
"Senti adrenalina, tontura, caí no chão. Caí na hora, machuquei a cabeça. Eu viciei. Fiquei que nem um zumbi. Depois fui refletir: 'o que tô fazendo da vida?'", contou Rodrigo, paciente de 20 anos da unidade e usuário de crack, K2 e K9 que conversou com a Rádio Bandeirantes.
Mais potentes que o crack e a cocaína, as drogas K são um problema para a saúde pública porque ainda não há tratamente específico para os efetos. Além disso, mapeamento feito pelo Hub aponta risco de suicídio 13% maior com uso do K, em relação a outras substâncias.
O avanço do de K2 e K9 também é sentido na rede pública de saúde municipal. São 294 casos suspeitos de intoxicação por drogas em São Paulo, aumento de 16% no mesmo período do ano passado,
O que são as drogas K?
Também conhecida como supermaconha, é uma mistura de produtos químicos industriais com moléculas sintéticas de THC - o principal psicoativo presente nas plantas do gênero cannabis.
Segundo o Instituto Nacional de Abuso de Droga dos Estados Unidos, os efeitos são:
- Relaxamento
- Pressão arterial elevada
- Percepção alterada dos objetos e condição à volta
- Sintomas de psicose - pensamento desordenado, sem vínculo com a realidade
- Ansiedade extrema
- Confusão
- Paranoia - desconfiança extrema em relação aos outros
Alucinações - sensações e imagens que não são reais.