Cláudio Humberto: Mesmo na UTI, Lula não passa cargo para Geraldo Alckmin

Vice-presidente vira figura decorativa no governo, enquanto junta de ministros assume presidência da República

Cláudio Humberto: Mesmo na UTI, Lula não passa cargo para Geraldo Alckmin
Lula e Alckmin
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em Brasília só se falam em duas coisas: as votações no Congresso Nacional travadas e a cirurgia de emergência que o presidente Lula foi submetido, para drenar uma hemorragia cerebral que ele sofreu. O procedimento chama a atenção pela falta de papel do vice-presidente Geraldo Alckmin

Afinal de contas, o PT, diante do quadro de emergência de Lula, acabou confrontado com seu maior fantasma fora de período eleitoral: a posse do vice-presidente na titularidade do cargo. Talvez pelo temor de Alckmin assumir o lugar como obra do destino, como quando foi vice de Mário Covas, que faleceu e ele assumiu o cargo no estado de São Paulo. 

Fato é que os petistas toleram, mas não perdoam ou confiam em Geraldo Alckmin. Não perdoam o passado tucano, nem o vídeo em que ele atribuía o desejo de Lula de voltar à presidência como desejo de voltar à cena do crime. 

Na terça-feira (10), o poder Executivo foi assumido de fato por uma junta de ministros. O vice-presidente foi mantido à margem das decisões importantes, esses quatro ministros é que decidiram destravar as emendas parlamentares e tentar conter o apagão governativo, que iria começar pela não-votação das diretrizes orçamentárias. O país corre o risco de entrar em 2025 sem orçamento. 

Enquanto isso, Alckmin era ocupado pela junta de ministros recebendo o primeiro-ministro da Eslováquia. São confiadas a Alckmin apenas papéis secindários, irrelevantes. 

O vice de fato tem sido Janja, a primeira-dama. É ela quem se impõe para representar o marido apenas em eventos midiáticos, como quando visitou cidades atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. 

Enquanto isso, o vice-presidente que virou figura decorativa não reclama, porque é bom cabrito, tem bom-senso ou como dizem os alckmistas mais irônicos: sabe esperar. 

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