Cláudio Humberto: Justiça optar pela palavra do bandido é inversão de princípios

Colunista discorda da absolvição do Superior Tribunal de Justiça sobre um acusado de tráfico de drogas após policiais militares do Estado de São Paulo não utilizarem câmeras corporais

Rádio Bandeirantes

O colunista Cláudio Humberto, da Rádio Bandeirantes, comentou durante a manhã desta terça-feira (4) sobre a notícia de uma absolvição do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de um acusado de tráfico de drogas sob a justificativa de que policiais militares do Estado de São Paulo, que realizaram a abordagem, não utilizarem câmeras corporais.

Segundo o jornalista, trata-se de uma "inversão de princípios" já que o policial conta com a "fé pública" entre a palavra do agente de segurança e a de criminosos.

"Isso é muito grave. Estamos em um campo pantanoso que é perigoso para qualquer sociedade civilizada. É a garantia de que, afinal de contas, pode-se cometer o crime que for e basta-se alegar uma tecnicalidade qualquer que há grandes chances de se livrar da punição. Entre a Justiça optar pela palavra do bandido entre a do agente da lei? O que diferencia o policial do cidadão comum? A fé pública. Para parte da Justiça, isso não tem o menor valor", comentou.

Entenda o caso

Registrada em Araçatuba, no interior de São Paulo, a ação dos agentes teria encontrado o rapaz com uma sacola, arremessada após o homem ter visto a viatura policial. No interior do saco, agentes afirmam ter encontrado 62 pinos de cocaína. O homem nega a acusação, disse nunca ter comercializado drogas e afirmou que estava na frente de sua casa a espera da entrega de um açaí.

Apesar da decisão do relator do processo, o ministro Sebastião Reis Junior, o Ministério Público de São Paulo anunciou que irá recorrer da decisão e o Supremo Tribunal Federal (STF) irá decidir se admite ou não a contestação.

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