O colunista Cláudio Humberto, da Rádio Bandeirantes, analisou durante a manhã desta segunda-feira (10) as recentes declarações do ministro Fernando Haddad (PT) sobre a taxação de produtos importados com valores inferiores a US$ 50.
Segundo o ministro, a taxação foi discutida amplamente no Congresso Nacional. "Se o Congresso decidiu deliberar, e foi por unanimidade, ninguém encaminhou voto contra, nem o PL cedeu o debate demagógico, eu peço que deve ser considerado como prova de maturidade do país. Esta acontecendo no mundo inteiro o debate da proteção da indústria. Até a palavra proteção é errada, quando você protege, você cobra um imposto superior ao pago nacionalmente. Nem é esse o caso, é exatamente o contrário. O Congresso ter se envolvido é um gesto que deveria ser comemorado", disse Haddad.
Para Cláudio Humberto, o ministro parece "viver no mundo da lua", já que os impactos da decisão do governo federal de tributar as compras importadas de produtos abaixo de US$ 50 não resolve o problema da alta tributação nacional.
"É como disse o relator do projeto no Senado, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL): aquela capinha de celular que custa R$ 10 nesses sites de 'blusinhas', vai passar a custas R$ 12. No comércio local, nas feiras, custa R$ 40. E por quê? Porque custa caro produzir no Brasil. A questão fundamental não é apenas a taxação do produto importado, tem a ver com a taxação do produto brasileiro", explicou.
De acordo com Humberto, Haddad deve estar "feliz da vida" com a decisão do Congresso, já que a estimativa da Fazenda é de uma arrecadação de R$ 39 bilhões em impostos com a medida.
"Ele que prometeu taxar ricos e super-ricos, está taxando pobre. E pior, não vai resolver. O que resolve é diminuir a carga tributária sobre quem produz. Vivemos num país que cobra 20% de imposto sobre o salário pagos pelas empresas. As empresas são punidas porque assinam carteiras de trabalho. É um país maluco esse, um país que ama o emprego e odeia o empregador. Conspira 24 horas por dia, inclusive o ministro, contra quem produz neste país, quem empreende e quem paga salários", concluiu.