Após o governo anular os resultados do leilão para importação de arroz, o analista da Rádio Bandeirantes Cláudio Humberto avaliou que a decisão de importar o cereal "era absurda sob todos os aspectos".
A medida foi tomada após suspeitas sobre a compra de 263 mil toneladas do grão por R$ 1,3 bilhão. Os lotes foram arrematados por empresas sem histórico de atuação no mercado de grãos.
Entre elas, um mercado de queijos, em Macapá, uma locadora de máquinas agrícolas, em Brasília, e uma indústria de polpa de frutas, no interior de São Paulo.
Para Cláudio Humberto, ao anunciar o leilão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "parecia tão determinado em importar arroz que nem procurou saber se isso era necessário mesmo".
Ao convocar o leilão por medida provisória, o governo relacionou a questão à possibilidade de desabastecimento devido às chuvas no Rio Grande do Sul.
Tudo muito estranho. Os odores que exalavam dessa questão eram os piores possíveis. E isso foi confirmado ontem.
Em maio, em meio às enchentes no Sul, especialistas e entidades agrícolas já alertavam que não havia risco de falta de arroz e que boa parte das colheitas já haviam sido feitas.