Cérebro de Maguila foi doado para a faculdade de Medicina da USP

Lenda do boxe estava internada há 28 dias e morreu nesta quinta-feira (24), em São Paulo

Da redação

Maguila, lenda do boxe, morreu nesta quinta (24), aos 66 anos
Divulgação

O cérebro do ex-boxeador Maguila foi entregue à faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) nesta quinta-feira (24), data da morte do lutador.  

Maguila já havia manifestado a intenção de doar o órgão para estudos sobre a doença Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), que acometeu o boxeador após anos de luta.  

O velório do ídolo do boxe é realizado no Hall Monumental da Alesp, no Palácio 9 de Julho, nesta sexta-feira (25).  

Maguila estava internado no Hospital das Clínicas há 28 dias após uma piora no seu quadro de saúde. Ele fazia tratamento pra a ETC no interior de São Paulo.

Além do cérebro de Maguila, o USP tem os cérebros do ex-boxeador Eder Jofre e do ex-jogador de futebol Bellini em seu banco de cérebros. 

A viúva de Maguila, Irani Pinheiro, falou com a imprensa nesta sexta-feira (25) durante uma coletiva de imprensa na Alesp. Ela agradeceu aos jornalistas e aos fãs do ídolo do boxe brasileiro.  

Maguila na Alesp, em 1994 / Acervo Alesp

Quem foi Maguila  

Sergipano de Aracaju, Adilson `Maguila´ Rodrigues nasceu em 12 de junho de 1959. Foi o mais carismático dos pugilistas brasileiros. Pedreiro de ofício, deixou a terra natal para se dedicar ao boxe em São Paulo aos 17 anos.

Em 2008 trabalhava como professor de escolinha da modalidade mantida pela prefeitura de São Paulo localizada na região da rodovia Raposo Tavares.

Em 2011, já longe dos ringues, Maguila admitiu sofrer com os problemas do Mal de Alzheimer e também de diabetes.

Fã de Eder Jofre e Cassius Clay, constituiu carreira brilhante, embora muitos a contestem. Em 86 combates venceu 81, sendo 68 por nocaute. Perdeu cinco lutas, quatro por nocaute.

O folclórico sergipano contou muito com a ajuda do jornalista Luciano do Valle, cuja empresa Luqui promoveu e muito a sua carreira. Foi neste período que foram registrados os maiores combates de Maguila. Vitórias sobre James Quebra-Ossos Smith e Daniel Falconi e jornadas tristes como as derrotas para nomes históricos como George Foreman e Evander Holyfield.  

Mesmo assim, deixou o ringue com um currículo expressivo. Foi campeão brasileiro, sul-americano, latino-americano e mundial, este último pela pouca expressiva Federação Mundial de Boxe.

Em 19 de janeiro de 2013, aos 54 anos, foi internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo para uma avaliação médica, segundo sua esposa, Irani Pinheiro.

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