O Procurador-Geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, concedeu uma entrevista exclusiva neste domingo (27) à Rádio Bandeirantes e falou sobre o caso de emboscada da torcida organizada Mancha Alvi-Verde, de torcedores do Palmeiras, à Máfia Azul, de apoiadores do Cruzeiro.
Segundo o jurista, o poder público paulista trabalha para realizar uma nomeação ágil do promotor que irá cuidar do caso e prometeu um "indiciamento severo" dos torcedores que participaram da ação criminosa - tanto daqueles que agrediram, quanto dos que colaboraram para que a situação acontecesse.
“Estamos em contato com a Polícia Civil, que já está levantando informações relevantes, mas que estão sendo guardadas com sigilo. Vamos verificar amanhã, com a Polícia Civil, a identificação das pessoas”, disse.
"Tudo caminha para uma indicação rápida - dos promotores -, um indiciamento severo e amplo daqueles torcedores. Não estamos falando de quem deu a paulada e causou a morte, mas de todos aqueles que direta, ou indiretamente, participaram no local, ou a distância, para o resultado deste evento", completou.
Paulo Sérgio também pontuou que ainda não é possível colocar a ação Mancha Alvi-Verde como terrorista, mas que a possibilidade encontra-se 'em aberto', a depender do prosseguimento das investigações.
O procurador também ressaltou que a legislação atual permite com que haja a possibilidade do banimento de torcidas organizadas dos estádios, bem como o indiciamento dos envolvidos por homicídio, tentativa de homicídio e associação criminosa.
"A legislação é suficiente para que possamos enfrentar, nesse caso concreto, o que estamos investigando. O estatudo do torcedor dispõe que torcidas que partem para confronto, induzimento ou auxílio a confronto entre torcedores, ainda que distante, podem ser punidos até com banição de cinco anos do futebol", pontuou.
"Na vertente criminal, estamos diante de homicídio, tentativa de homicídio, associação criminosa - aqueles qe se associam, mais de três pessoas, para fins específicos de cometimento de crimes", informou.
Há, ainda, a possibilidade de que os membros da diretoria da torcida organizada Mancha Alvi-Verde possam responder pela ação dos integrantes, que feriram 17 pessoas e causaram a morte de um homem de 30 anos, carbonizado pelo fogo ateado de um ônibus.
"Já que existem vários integrantes, existe uma diretoria, não são fatos isolados, não são só aquelas pessoas que estão naquele local praticando aquela conduta. Tem gente que, ainda que estejam distante, ou por ordem ou por ação que incentivou e promoveu o confronto, também deve ser responsabilizado pela morte", sugeriu.