Prefeito busca experiência de americanos com Katrina para tirar água de Canoas

Experiência traumática vivida em New Orleans pode servir aos gaúchos na tragédia das enchentes

Da Redação

O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, disse à Rádio Bandeirantes que está em contato com autoridades da cidade de New Orleans, nos Estados Unidos, para encontrar soluções na retirada das águas da cidade após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias. Os americanos têm a traumática experiência vivida em 2005 com a devastadora passagem do Furacão Katrina, que registrou mais de 1.800 mortos e deixou 100 mil desabrigados.

Embora a tragédia em New Orleans teve dimensões maiores que o ocorrido no Rio Grande do Sul, algumas medidas adotadas pelos americanos, tanto na retirada das águas, como na reconstrução de uma cidade praticamente inteira, podem servir de exemplos aos gaúchos, segundo o prefeito.  

"À tarde vai vir aqui a engenharia do Exército para nos auxiliar porque nós temos que tirar as águas. Porque veja, é um dique, a água passou e virou uma grande piscina. Agora como é que você tira a água que está dentro da cidade para fora? É um pouco do que aconteceu lá em New Orleans, que aconteceu com o Katrina. A gente está inclusive buscando a experiência, buscando essa relação com a cidade de New Orleans para a gente poder também buscar experiência deles. É uma situação diferenciada", disse.

Jairo Jorge afirmou que a recuperação do Rio Grande do Sul passa, exclusivamente, por encontrar soluções novas devido à complexidade da tragédia. "É uma realidade que exige uma intervenção do estado, é uma situação nova, é um evento extremo. Para situações como essa, não adiantam velhas respostas. Para novas perguntas, temos que ter novas respostas, novas soluções. Não adianta soluções velhas para problemas novos. Tem que ter alternativas para que a gente possa se recuperar porque houve uma perda da infraestrutura econômica muito grande", disse.

Como parte da solução, o prefeito de Canoas cobra a criação de um auxílio emergencial por parte do governo federal, nos moldes que foi feito no auge da pandemia do coronavírus, para permitir que as pessoas recomecem as suas vidas. "Às vezes é fácil para quem está querendo like achar uma solução, tirar da cartola. É claro que tem que ter planos. Esses recursos eu tenho certeza que chegarão, mas não é suficiente os formatos tradicionais Você dá lá o Fundo de Garantia, isso já foi usado, nós tivemos três eventos extremos no ano passado, tivemos um evento extremo agora em janeiro. As pessoas usaram Fundo de Garantia. Eu não consigo resolver 70 mil casas com o Minha Casa, Minha Vida porque leva quatro anos. Então esse modelo não resolve".  

"Nós temos que criar, talvez, algum mecanismo direto, do estado, da União com o cidadão através de auxílio, onde o cidadão recebe para poder comprar sua mobília. Você tem que dar a capacidade do cidadão se recompor. Ele não tem condições de financiar, as pessoas perderam suas casas ou vão ter que reformar. Você teria que ter como foi o auxílio emergencial, um recurso direto para essas pessoas para que ela possam fazer a reforma, a construção das suas casas", disse o prefeito.

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