Representantes de duas concessionárias que administram os cemitérios da cidade de São Paulo foram convocados pela Câmara Municipal para prestar esclarecimentos sobre as concessões. As datas ainda serão definidas.
Os presidentes do Grupo Maya, que possuem as concessões dos cemitérios Campo Grande, Lajeado, Lapa, Parelheiros e Saudade, e do Grupo Consolare, que cuidam dos cemitérios da Consolação, Quarta Parada, Santana, Tremembé, Vila Formosa e Vila Mariana deverão comparecer à Câmara.
O presidente da SP Regula, João Manuel da Costa Neto, também foi chamado. A SP Regula é a agência que controla esses contratos de concessão na capital.
O vereador Rubinho Nunes (União), presidente da comissão de Política Urbana da Câmara Municipal, afirmou que é importante saber como a fiscalização do serviço está sendo feita.
"As pessoas já são surrupiadas quando nascem, passam a vida sendo exploradas pelo Estado e não tem mais o direito de morrer na cidade de São Paulo porque passam a ser exploradas por agentes que estão ali para usurpar, para se valer daquele momento de tristeza, para tentar auferir ainda mais recursos das pessoas", disse.
Rubinho pede que o presidente da SP Regula esclareça diversos termos do contrato de concessões com as empresas. Desde que a iniciativa privada assumiu o controle dos cemitérios, em janeiro de 2023, a população tem reclamado do alto custo para enterro e funeral.
Uma reportagem da Rádio Bandeirantes, veiculada em julho, relatou a situação de ouvintes que possuem familiares enterrados no cemitério da Quarta Parada, na zona leste, que passaram a receber cobranças com valores acima de R$ 1 mil.
Na época, a prefeitura informou à Rádio Bandeirantes que a cobrança da taxa é legal e prevista no contrato de concessões.
Sobre enterros sociais, com valores mais baratos, há relatos de que as concessionárias têm dificultado o acesso ao serviço.
O Sindicado dos Servidores Municipais de São Paulo fez um levantamento que mostra que o preço dos enterros nos cemitérios da capital triplicou desde a concessão.