A Câmara dos Deputados deve votar hoje a PEC dos Precatórios, que abre caminho para o governo criar o Auxílio Brasil.
O texto limita o pagamento das dívidas judiciais da União e revisa o cálculo do reajuste do teto de gastos.
Esse espaço fiscal é necessário para que o governo consiga lançar o programa social, com pagamento mínimo de 400 reais a 17 milhões de famílias.
A oposição é contra; e isso fez com que o presidente da Casa, Arthur Lira, que pretendia votar o texto ontem, transferisse a análise para hoje.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o relator Hugo Motta negou que a PEC seja uma manobra.
E afirmou que o governo optou por antecipar a revisão do teto de gastos por causa da pandemia.
Para o presidente do PSD, Gilberto Kassab, a PEC dos Precatórios é um golpe.
Ele alertou em entrevista a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, que se a proposta for mesmo aprovada, a imagem do Brasil será abalada entre os investidores.
Enquanto aguarda o momento certo para colocar a matéria em votação, o presidente da Câmara tenta negociar alterações na PEC dos Precatórios.
Ontem, Arthur Lira voltou a criticar o Senado, que ainda não discutiu a reforma do Imposto de Renda, de onde o governo prevê retirar os recursos para o Auxílio Brasil.
A arrecadação do governo federal bateu recorde para o mês em setembro com quase 150 bilhões de reais - alta de 12% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O resultado foi o melhor em 26 anos.
No acumulado desde janeiro, o total recolhido com taxas e impostos apresenta alta de 22% na comparação com o mesmo período de 2020.