Brasil está entre decisão ideológica e racional sobre Venezuela, diz diplomata

Em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, ex-embaixador Rubens Barbosa vê posicionamento do Brasil sobre Venezuela como "maior teste da política externa" do governo do Lula

Da redação

Após o Conselho Eleitoral da Venezuela afirmar que Nicolás Maduro, atual presidente do país, venceu as eleições presidenciais no último domingo (28), protestos com confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança, com relatos de pelo menos uma morte, foram registrados em todo o país.

Para o diplomata e ex-embaixador Rubens Barbosa, o governo brasileiro está entre adotar uma "decisão ideológica e uma decisão racional de política externa" diante da atual situação no país vizinho.

O Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, informou que “acompanha com atenção o processo de apuração” das eleições presidenciais na Venezuela. O diplomata Celso Amorim, assessor especial do governo Lula, foi enviado a Caracas e conversou com Maduro.

"Essa é a posição do governo brasileiro hoje. Uma decisão ideológica a favor do reconhecimento da eleição de Maduro ou uma decisão racional aguardando as atas e uma análise objetiva. Sabemos que realmente todo o processo (eleitoral) foi contaminado", disse Rubens Barbosa ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes.

Na avaliação do diplomata, o governo brasileiro ter designado Celso Amorim para conversar com Maduro "foi um erro político porque coloca o Brasil no centro dos acontecimentos". 

Ainda segundo Rubens Barbosa, o posicionamento do Brasil diante da atual situação na Venezuela "é o maior teste da política externa do governo Lula nesse ano e meio de governo". “É um teste para verificar como o Brasil se coloca no contexto global.”

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