O coordenador da Divisão de Engenharia de Incêndio do Instituto de Engenharia, Carlos Cotta Rodrigues, concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes nesta quarta-feira (30) e apontou possíveis falhas do sistema de segurança do Shopping 25, no Brás, centro de São Paulo.
De acordo com o especialista, todos os prédios da região do Brás tem um alto potencial para o surgimento de incêndios. "Essa gestão tem que ser melhor cuidada. Vi um vídeo das pessoas que compram na região, em cinco minutos de vídeo dei 20 'comunique-se' de não conformidade e erros", disse.
De acordo com o especialista, o acidente no centro da capital paulista é resultado da "péssima gestão contra incêndio", seja dos órgãos municipais, estaduais ou federais.
"A edificação tem, mais ou menos, 100 metros de frente e 80 de profundidade. É bastante grande. Me parece, que começou o incêndio numa das lojas do andar superior. Ele tentou fazer o combate, mas uma porta metálica dificultou", pontuou.
Carlos Cotta ainda questionou a falta de brigadistas disponíveis no local e a não atuação dos sistemas de combate a incêndios que encontravam-se instalados no Shopping 25.
"É o mesmo histórico que a gente vê, todas as vezes esse incêndio. A única diferença é a magnitude. Quanto maior o ambiente, pior o incêndio. Vai demorar muitas e muitas horas [para controlar o fogo]", concluiu.
"Falo que é o 'ciclo da mentira'. Quem vai fazer a instalação, não usa produtos certificados; quem faz a instalação assina o próprio documento, que está tudo correto; não se faz manutenção. [...] É a falta de gestão que a gente vive", finalizou.
