O deputado federal e pré-candidato à Prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que vai manter a atual tarifa das passagens de ônibus caso seja eleito. Boulos esteve nos estúdios da Rádio Bandeirantes nesta terça-feira (23) para a segunda rodada de entrevistas com os pré-candidatos ao cargo de prefeito da maior cidade do país. Na segunda-feira (22), a convidada foi a deputada Tabata Amaral.
“Eu não vou reajustar a tarifa. Acho que é um erro você penalizar sobretudo a população mais pobre, que usa com mais recorrência o ônibus”
O preço da passagem de ônibus na cidade de São Paulo está em R$ 4,40 desde janeiro de 2020, enquanto, as tarifas para trens e metrôs subiram para R$ 5 em janeiro de 2024.
“Uma coisa era quando todos os trabalhadores eram registrados e você tinha o vale-transporte da empresa. Esse custo era dividido. Outra coisa é com o nível de informalidade no mercado de trabalho que a gente tem, em que boa parte dos trabalhadores não tem o vale-transporte, a passagem sai do bolso dele”, completou Boulos.
De acordo com o pré-candidato, o foco no transporte público na capital paulista precisa ser na velocidade dos ônibus, com a ampliação da construção de corredores exclusivos, e conforto dos passageiros.
Segundo Boulos, os contratos da Prefeitura com as empresas que prestam o serviço determinam metas pelo número de passageiros, e não veículos circulando, favorecendo que elas reduzem a frota, aumentando o tempo de espera e lotação dos ônibus.
Tarifa zero
Boulos também comentou sobre a implantação da tarifa zero de transporte na cidade. O pré-candidato criticou a medida tomada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), que liberou as catracas aos domingos.
“Tarifa zero tem que acontecer com planejamento, e não pode ser tarifa zero, ônibus zero. É o que está acontecendo no domingo. [...] Teve até um a reportagem que saiu na semana passada. As empresas estão recebendo mais por menos frota, e as pessoas esperam 30, 40 minutos no ponto para pegar um ônibus”, disse.
O pré-candidato também defendeu que, por mais que seja a favor do transporte público gratuito, a medida não seria estabelecida imediatamente caso eleito, dadas as questões financeiras e logísticas deste processo. A estimativa é que o gasto com a tarifa zero completa ficaria entre R$ 10 e R$12 bilhões por ano.
“Poder ampliar a tarifa zero, é gradativamente, olhando a demanda. Se hoje a cidade de São Paulo falasse: ‘Tarifa zero para todo mundo a partir de amanhã’, o sistema entrava em colapso”.
Cidade de São Paulo e Corinthians
A comentar sobre a situação da saúde pública na cidade, Boulos comparou a São Paulo com o Corinthians, afirmando que são duas instituições com arrecadação acima da média, mas que sofrem problemas por má gestão.
“O Corinthians tem um dos maiores orçamentos do futebol brasileiro, uma das maiores folhas de pagamento do futebol brasileiro. Ano passado lutou para não rebaixar e esse ano começou mal o Brasileiro. A cidade de São Paulo tem o maior orçamento. Eu estava vendo O índice Aquila, que a Band utiliza, está á em 300 e tanto entre os municípios brasileiros no índice, inclusive no tema de saúde. Retrocedeu nessa gestão. É difícil de entender. É difícil de entender porque a expressa um mau uso de dinheiro público, uma incompetência de gestão.”, afirmou.
Assista à entrevista na íntegra abaixo:
Entrevistas com os pré-candidatos
A Rádio Bandeirantes realiza ao longo das manhãs desta semana a segunda rodada de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito da cidade da São Paulo. Além de Boulos, Tabata Amaral (PSB), já foi sabatinada no Manhã Bandeirantes. Confira a programação.
- Quarta-feira (24): Marina Helena/Novo
- Sexta-feira (26): Ricardo Nunes/MDB