O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou por volta das 13h40 desta quarta-feira à sede da Polícia Federal, em Brasília, para prestar depoimento sobre um suposto plano golpista relatado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), atualmente em licença. Segundo o senador, ele, Bolsonaro e o então deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) realizaram uma reunião para discutir uma tentativa de golpe de Estado.
As falas de Do Val adicionaram mais elementos às investigações que apuram a participação do ex-presidente no plano golpista que culminou nos ataques aos prédios do STF, do Palácio do Planalto e do Congresso em 8 de janeiro. Além disso, o caso se une à descoberta da ‘minuta do golpe’ pela Polícia Federal na residência do ex-ministro Anderson Torres.
Bolsonaro entrou na sede da PF pelos fundos do prédio, pela garagem, sem fazer declarações à imprensa.
O plano golpista relatado por Do Val ganha mais detalhes com a revelação de uma série de mensagens atribuídas a Daniel Silveira, conforme divulgado pela revista Veja. Segundo essas mensagens, a proposta apresentada a Marcos do Val envolvia a gravação de uma conversa comprometedora envolvendo Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Do Val tinha contato próximo com o ministro devido à sua atuação anterior na área de segurança pública.
De acordo com a tese golpista, a divulgação dessas gravações criaria uma situação favorável para os envolvidos: Moraes seria preso, Bolsonaro permaneceria no cargo e Lula não assumiria a presidência em 1º de janeiro. Essa estratégia seria uma espécie de "tempestade perfeita" para eles, visando alcançar seus objetivos políticos.