Jair Bolsonaro deverá prestar depoimento à Polícia Federal assim que a defesa dele analisar o inquérito.
O ex-presidente deveria ter se apresentado ontem aos agentes sobre o caso das joias recebidas da Arábia Saudita, mas, com a Operação Venire, o depoimento foi adiado.
Bolsonaro, então, prestaria esclarecimentos sobre as novas investigações, mas a defesa alegou que não teve acesso aos autos.
Assessor e advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten afirma que a versão dele sobre o caso será apresentada.
A Polícia Federal apura se Bolsonaro queria o comprovante de vacinação contra a Covid-19 para permanecer na Flórida depois do fim do mandato.
Durante a pandemia, ele foi quatro vezes aos Estados Unidos; em nenhuma precisou apresentar o cartão - nem mesmo na última vez, no fim do mandato, em dezembro.
É que ainda no início da pandemia, o governo americano definiu que presidentes e funcionários governamentais em visita temporária só precisavam do teste negativo.
De acordo com o ministro da Justiça, Flavio Dino, a investigação vai levantar todos os detalhes do esquema.
O cientista político e colunista da Rádio Bandeirantes, Fernando Schüler, avalia que não deverá existir repercussão política relevante a respeito das investigações.
Ele ressalta, no entanto, que é fundamental ter cautela na análise dos fatos.
Ontem, Bolsonaro passou a tarde na sede do Partido liberal, onde se encontrou com advogados e lideranças políticas.
Na internet, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que confia que "todas as dúvidas serão esclarecidas" e ficará provado que não houve ilegalidades.
Além de Bolsonaro, Alexandre de Moraes determinou que os profissionais de saúde que teriam vacinado o ex-presidente contra a covid sejam ouvidos pela PF.
O ministro deu um prazo de 5 dias para que os depoimentos de dois profissionais sejam concluídos.