Campeão brasileiro com o Corinthians feminino, Lucas Piccinato conversou com a Rádio Bandeirantes nesta segunda-feira (23) e disse o que dá para mudar para a modalidade crescer ainda mais em âmbito nacional.
Na visão do treinador das Brabas, que conquistaram o sexto título do Brasileirão feminino no último domingo, após vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, os horários dos jogos no mata-mata precisam ser acessíveis para os torcedores. Nas quartas de final, por exemplo, os jogos de volta foram realizados durante a tarde em dias úteis.
Um dos detalhes para melhorar [o futebol feminino] é a organização da competição, para que os jogos mais importantes, de mata-mata, sejam realizados em horários mais condizentes, assim o torcedor pode acompanhar sua equipe - Lucas Piccinato à Rádio Bandeirantes.
“A relação negativa acontece muito pela detentora de transmissão, ela coloca os jogos no horário que ela quer, e naturalmente privilegia a modalidade que está há mais tempo, que é o futebol masculino. E a gente acaba ficando com os horários secundários. Isso atrapalha, especialmente nesses momentos de decisão. Ter um público grande pode fazer a diferença para você passar de um mata-mata ou não. É uma das coisas que precisamos rever, que a gente coloca ano após ano para a CBF”, afirmou o treinador.
Lucas Piccinato, de 34 anos, assumiu o time feminino do Corinthians após a saída de Arthur Elias, que foi convidado para comandar a Seleção Brasileira.
Com a conquista do Brasileirão feminino, ele alcança o segundo troféu com as Brabas. Ainda nesta temporada, o time havia vencido a Supercopa sob o comando do novo treinador.
Outras respostas de Lucas Piccinato
Time ‘com fome’
É uma felicidade muito grande trabalhar com o grupo de atletas que está no Corinthians em 2024, é um grupo de jogadoras experientes, multi vitoriosas, com a juventude de outras. Essa mescla faz essa fome muito grande em conquistar. Tem sido uma experiência incrível trabalhar com esse grupo, com a comissão, com a diretoria. Tivemos muitas mudanças, mas todo mundo segue com muita fome para continuar conquistando títulos.
Jogadoras irão sair?
Acredito que é um processo que não tem muito como fugir, é um mercado muito forte, tivemos jogadoras com muito sucesso. Mas não tivemos nada fechado ainda, nenhuma jogadora que assinou algum pré-contrato.
Possibilidade de treinar no futebol masculino
É difícil prever o que pode acontecer no futuro, não é algo que eu busco ou procuro. Por estar há tampo tempo no feminino, eu tenho um conhecimento muito grande sobre as atletas, e migrar para o futebol masculino seria começar praticamente do zero. A gente acompanha, tem conhecimento das equipes, mas seria reiniciar um processo de carreira. Eu trabalho muito pensando no meu dia a dia agora, buscar igualdades para a modalidade, colocar meu nome nas principais equipes. Se vier um convite no futuro, o Lucas do futuro vai avaliar. Mas não é algo que eu busque, sonhe. Sou muito feliz no futebol feminino, até pela valorização da modalidade.