Um relatório divulgado pela Americanas revela que as dívidas da varejista acumulam pelo menos 45 bilhões de reais. O valor é mais que o dobro do estimado inicialmente quando o escândalo veio à tona em fevereiro, de 20 bilhões de reais.
O documento feito por um comitê de investigação independente contratado pela própria empresa aponta que houve a adulteração de demonstrações financeiras. Inclusive com conhecimento da diretoria, então comandada pelo executivo Miguel Gutierrez, que foi presidente da companhia por 20 anos.
Um dos instrumentos, segundo o relatório, era a falsificação de contratos com fornecedores que dariam descontos em troca de publicidade, o que não acontecia. O conselho de administração da Americanas garante que orientou os assessores que elaboraram o documento a encaminhar as informações às autoridades.
Em depoimento à CPI instalada na Câmara que investiga o escândalo, o atual diretor da empresa deu mais detalhes sobre as fraudes. Leonardo Coelho apresentou prints de documentos e trocas de mensagens que confirmam as movimentações suspeitas.
Segundo ele, há provas que os antigos diretores atuaram em conluio com empresas de auditoria e credores, com os balanços financeiros mantidos em sigilo. Um diretor, inclusive, chega a enviar uma mensagem irônica: abre aspas "parabéns aos envolvidos" fecha aspas.
A Americanas está em processo de recuperação judicial desde a revelação do caso.