O ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo avaliou o pacote de corte de gastos, anunciados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (27), e detalhados pela equipe ministerial nesta quinta.
Para Rebelo, "o ajuste pela despesa é limitado se não vier também pela receita". Na avaliação do ministro, durante entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, as medidas anunciadas demonstram que o ministro da Fazenda "não conseguiu o que queria, conseguiu muito aquém daquilo que se propunha".
"O mercado precificou e o dólar reagiu. Então isso demonstra que o ministro Haddad não conseguiu o que queria, conseguiu muito aquém daquilo que se propunha. E já há a ideia de que esse remédio tem prazo de validade e que o governo vai precisar recorrer brevemente a outras medidas porque a solução é provisória. O ajuste pela despesa é limitado se não vier também pela receita. E a receita esta difícil porque não se pode ampliar imposto", disse.
Segundo o ex-ministro, o país precisa retomar o crescimento para afastar as desconfianças do mercado com o pacote anunciado, o que já provocou reação do dólar.
"O país tem que retomar o crescimento, não tem outra alternativa. E o país não esta preparado porque as corporações que bloqueiam o crescimento do pais de certa forma controlam o governo como podemos ver na fronteira agrícola, na mineração. Aí naturalmente o mercado desconfia ou tem certeza de que o pacote é muito limitado", disse.
Entre as medidas anunciadas nesta quinta estão as novas regras para concessão e manutenção de benefícios como Bolsa Família e BPC, elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, mudanças na previdência de militares, aumento de impostos para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, entre outros pontos.
Com o anúncio, a economia esperada, segundo a equipe econômica, é de R$ 70 bilhões em dois anos (R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026).