O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sustentou nesta terça-feira (15), em discurso ao G 20, que a guerra na Ucrânia pode estar perto do fim. O G20 é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.
“Estou convencido que agora é o momento em que a guerra destrutiva com a Rússia pode e deve ser interrompida”, explicou, em discurso por vídeoconferência aos líderes do G20, referindo que a Rússia deve “reafirmar a integridade territorial da Ucrânia, retirar as suas tropas e pagar uma indemnização pelos danos causados”.
Zelensky citou o recuo russo em Kherson como uma oportunidade para pressionar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e chegar a um acordo de paz. "Nós não vamos permitir que a Rússia recomponha suas forças", continuou. O plano de paz de Zelensky envolve a retirada de todas as tropas russas do país, que a Ucrânia mantenha seus territórios e que os prisioneiros ucranianos sejam liberados.
“Por favor, escolham o caminho da liderança – e junto vamos implementar a fórmula da paz”, exortou Zelensky, pedindo igualmente a libertação de todos os prisioneiros ucranianos.
Por outro lado, denunciou as “ameaças loucas da Rússia de utilizar armas nucleares”, sublinhando que não pode haver “nenhuma desculpa para a chantagem nuclear”.
“Milhares de nosso povo – militares e civis – estão em cativeiro russo. Eles são submetidos a tortura brutal – isso é abuso em mas conhecemos pelo nome 11 mil crianças que foram deportadas à força para a Rússia”, afirmou.
Após o discurso no G20, Zelensky recorreu às redes sociais para garantir que não “haverá Minsk-3”. “Se a Rússia diz que supostamente quer acabar com esta guerra que o prove com ações. Não permitiremos que a Rússia espere, reforce as suas forças e inicie uma nova série de terror e desestabilização global. Não haverá Minsk-3, que a Rússia violará imediatamente após o acordo”, apontou.
Zelensky avançou ainda com dez propostas que ajudem a garantir a paz no país, entre os quais constam a “segurança nuclear, alimentar e energética, a libertação de todos os prisioneiros e deportados, a implementação da Carta da ONU e restauração da integridade territorial da Ucrânia e da ordem mundial, assim como a retirada das tropas russas e cessação das hostilidades”.
A Rússia já reagiu ao discurso de Zelensky no G20 – segundo a agência russa RIA Novosti, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, garantiu que a recusa da Ucrânia em assinar um novo acordo de paz de Misnk é a prova de que Kiev não está interessada em negociar a paz com Moscou. Tanto a Ucrânia como Rússia acusam-se de violar estes acordos assinados em 2014 e 2015.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, apelou também ao fim da guerra na Ucrânia, durante a abertura da cimeira do G20, que reúne na ilha de Bali as principais economias do mundo.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, é a grande ausência do maior encontro de líderes mundiais desde o início da pandemia da Covid-19.