O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu a seus aliados ocidentais reunidos na Alemanha "mais armas" para "repelir as forças russas" de seu território, particularmente na região de Donetsk, no leste do país.
Zelensky chegou nesta sexta-feira (6) à base aérea americana de Ramstein, no oeste da Alemanha, onde participa de uma reunião de ministros da Defesa dos países que fornecem ajuda militar à Ucrânia.
Kiev enfrenta atualmente grandes avanços das tropas russas no Donbass, no leste, e frequentes bombardeios devastadores. O último, na terça-feira, em Poltava, no centro da ex-república soviética, deixou 55 mortos e mais de 300 feridos.
"Muitos sistemas de defesa não entregues"
"O mundo tem sistemas de defesa aérea suficientes para garantir que o terror russo não tenha sucesso", disse o líder ucraniano. "Eu os exorto a cooperar mais ativamente conosco na defesa aérea", insistiu ele.
Zelensky também pediu novamente permissão para usar armas de longo alcance "não apenas no território ucraniano ocupado, mas também no território russo".
O líder ucraniano também pediu a seus aliados que honrassem seus compromissos. "O número de sistemas de defesa aérea que não foram entregues é significativo", ressaltou.
Mais ajuda militar de EUA e Reino Unido
A reunião teve como anfitrião o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que disse que Washington entregará novos 250 milhões de dólares em ajuda militar a Kiev.
O governante ucraniano tem ainda reunião agendada com o chefe do governo alemão, Olaf Scholz, e depois viaja para a Itália, onde participa de um fórum econômico em Cernobbio, no norte do país.
O Reino Unido fornecerá 650 sistemas de mísseis leves multifuncionais (LMM) à Ucrânia para aumentar a capacidade de defesa aérea do país.
Esse pacote de defesa aérea, avaliado em 162 milhões de libras (R$ 1,18 bilhão), deve ser formalmente anunciado pelo secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, na reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia na base de Ramstein.
As conversações na Alemanha, que envolvem representantes de cerca de 50 países, tratam de questões como o fortalecimento das defesas aéreas da Ucrânia e o estímulo à indústria de defesa dos países aliados, segundo disse o porta-voz do Pentágono, Major General Pat Ryder, antes da reunião.
Já o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu, falando a partir de Oslo, que os países que apoiam a Ucrânia enviem mais armas a Kiev. "A Ucrânia precisa de mais apoio militar agora. A maneira mais rápida de acabar com essa guerra é enviar mais armas para a Ucrânia", disse Stoltenberg em uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Støre.
Stoltenberg acusou a China de ser um fator "decisivo" para a produção militar russa e advertiu Pequim de que o apoio contínuo a Moscou pode prejudicar seus interesses e sua reputação.
md (EFE, AFP, Reuters)