Zelenksy remete o 11 de Setembro à Guerra na Ucrânia: 'Terrorismo é um mal'

Presidente ucraniano lembrou o ataque nos Estados Unidos em 2001 que deixou quase 3 mil mortos

Da redação

Atentado de 11 de setembro completa 21 anos Reprodução/BandNews TV
Atentado de 11 de setembro completa 21 anos
Reprodução/BandNews TV

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, postou neste domingo (11) uma mensagem lembrando os 21 anos do 11 de Setembro, o ataque terrorista nos Estados Unidos que deixou quase 3 mil mortos.

“Hoje prestamos homenagem às vítimas do 11 de setembro. É um dos dias mais trágicos da história e do mundo. Quem enfrenta ataques de mísseis diariamente sabe bem o que é terrorismo e simpatiza sinceramente com o povo. O terrorismo é um mal que não tem lugar no mundo moderno!”

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, afirmou que nunca esquecerá o que aconteceu. “Vinte e um anos depois, mantemos viva a memória de todas as vidas preciosas que nos foram roubadas no Marco Zero, em Shanksville, Pensilvânia, e no Pentágono. Para as famílias e entes queridos que ainda sentem a dor, Jill e eu os guardamos em nossos corações. Nós nunca esqueceremos”, escreveu Biden.

Legado do 11 de Setembro

Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York, nos Estados Unidos, a cidade, as famílias das vítimas e os sobreviventes precisaram lutar para tentar espantar o fantasma da tragédia que abalou o mundo.

Os locais exatos onde estavam as torres gêmeas foram transformados em monumentos para homenagear quem morreu nos ataques. Um deles é o museu do 11 de setembro, que fica sob o memorial.

Cerca de 30 metros abaixo do nível da rua, está exposta parte da fundação do antigo World Trade Center, que foi tombada como Patrimônio Histórico Nacional.

Para reconstruir a área sul de Manhattan, foi levantado um complexo de prédios. Um deles é o mais alto do município, com 541 metros de altura, e fica no mesmo local onde estavam as torres gêmeas. 

Atacados dentro dos Estados Unidos, os americanos passaram as duas décadas seguintes em guerra contra os inimigos. Bin Laden, líder-fundador do grupo terrorista al-Qaeda, foi morto e Saddam Hussein, ex-presidente do Iraque, foi deposto. 

A resposta foi rápida, agressiva e pouco planejada. Menos de um mês depois que os aviões se chocaram com as torres gêmeas em Nova York, americanos e ingleses despejavam toneladas de bomba sobre o Afeganistão.

Dois meses após os ataques de 11 de setembro, o Talibã caiu. Bin Laden ainda continuava solto, mas os Estados Unidos começaram a buscar inimigos por toda parte e, então, vieram o Iraque, a Síria, Iêmen, Paquistão e Indonésia. A lista de países que foram alvo da guerra ao terror é longa e os resultados, trágicos. 

Segundo Carlos Gustavo Poggio, PhD em Relações Internacionais, como os Estados Unidos estavam no auge de seu poderio, havia “uma certa arrogância” e os americanos pensavam que poderiam transformar o Iraque. O argumento, de acordo com Poggio, é de que eles haviam conseguido fazer o esperado com a Alemanha e o Japão. “Mas eles perceberam que não é tão simples assim”, explica. 

Um estudo da Universidade Brown estima mais de 800 mil mortes em apenas cinco países. Os civis foram, como sempre, as maiores vítimas. Os Estados Unidos injetaram trilhões de dólares na tentativa de transformar o Afeganistão em um país modelo à sua imagem. e semelhança, mas fracassaram.

A guerra do Iraque acabou, ao menos oficialmente, mas seu rastro de destruição continua a impactar a vida de centenas de milhares de pessoas. 

Às vésperas de o atentado de 11 de setembro completar vinte anos, o mundo assistiu o retrato deste fracasso: a volta do Talibã ao poder no Afeganistão. A queda relâmpago de Cabul tornou a retirada americana um pesadelo, com milhares de afegãos invadindo o aeroporto internacional da cidade, na esperança de fugir do país. Uma multidão tentava forçar a entrada em aviões.

Além de não conseguir derrotar o Talibã, os Estados Unidos fracassaram de forma monumental em sua estratégia de transformar o país em uma ilha de democracia em um mar de regimes teocráticos e autoritários. 

Sérgio Amaral, ex-embaixador dos Estados Unidos, explica que está havendo uma insurgência do terrorismo islâmico como vários lugares. “Não é o terrorismo poderoso como o de Bin Laden, que provocou o maior atentado dentro do solo americano, mas ele tem ramificações em vários países e sobretudo agora ele vai dar trabalho”, diz.

O Estado Islâmico substituiu a Al-Qaeda como maior inimigo. Síria e Iraque seguem destruídos e instáveis. Entre e derrotados e massacrados, o grande vencedor dessa guerra foi Vladimir Putin, presidente da Rússia.  Com a decisão americana de abandonar a sua política intervencionista no Oriente Médio, a Rússia se tornou a grande protagonista da região. Ao seu lado, a Turquia aproveita o vácuo de poder e tenta reavivar seu passado imperial.

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