O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, acusou o presidente Jair Bolsonaro de perseguir governadores de oposição durante seu depoimento na CPI da Pandemia.
Segundo Witzel, ele passou a receber retaliações do governo federal por causa das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco.
"A partir do momento do caso Marielle é que eu percebi que o governo federal e o próprio presidente começou a me retaliar. Depois desse evento, eu não fui mais recebido no Palácio do Planalto", afirmou ele.
A partir do momento do caso Marielle é que eu percebi que o governo federal e o próprio presidente começou a me retaliar
O ex-governador lembrou do depoimento do porteiro do condomínio onde Bolsonaro tem casa. O funcionário teria dito que um dos assinos de Marielle teria pedido para falar com o "seu Jair" no dia do crime. A Polícia Federal entrou na investigação e ouviu o porteiro novamente e ele desmentiu o próprio depoimento anterior.
Witzel afirmou que houve uma intimidação à testemunha por parte do então ministro da Justiça Sérgio Moro e deu a entender que o porteiro mudou a versão por pressão.
O chefe falou para você parar de falar que quer ser presidente
Ele também relatou um encontro com Moro em que o ex-ministro teria passado um recado de Bolsonaro: "O chefe falou para você parar de falar que quer ser presidente. E se você não parar de falar que quer ser presidente, nós não vamos poder te atender em nada".
Bate-boca com Flávio Bolsonaro
O senador Flávio Bolsonaro interrompeu algumas das falas de Witzel e os dois discutiram brevemente.
Eu não sou porteiro, não vai me intimidar
O relator da CPI Renan Calheiros, então, então perguntou se o ex-governador estaria intimidado pela presença de Flávio e a resposta foi negativa.
"Eu não sou porteiro, não vai me intimidar (...) Eu não faço a menor questão de que o senador Flávio Bolsonaro esteja presente ou não", afirmou ele.