Violência em 2023: ataques em escolas, morte da menina Hadassa e Bahia sob tiros

No decorrer de 2023, o país teve a maior quantidade de escolas atacadas, desde 2002, segundo um estudo do Instituto Sou da Paz

Da redação

A violência impressionou o Brasil em 2023. Escolas brasileiras estiveram na mira de ataques. O estupro e morte da menina Kemilly Hadassa, Baixada Fluminense, chocou o país. Na Bahia, a guerra de facções contra a polícia deixou cidadãos reféns nas próprias casas.

No decorrer de 2023, o país teve a maior quantidade de escolas atacadas, desde 2002, segundo um estudo do Instituto Sou da Paz. Foram nove casos, com nove pessoas mortas pelos crimes.

O primeiro ataque no ano ocorreu em 13 de fevereiro, em uma escola municipal e outra estadual em Monte Mor, São Paulo. Um jovem de 17 anos atirou bombas caseiras em dois prédios. Ele foi apreendido pela polícia e ninguém se feriu.

Em março, um adolescente de 13 anos esfaqueou professoras e matou uma, Elisabeth Tenreiro, de 71 anos. O menino foi imobilizado por duas professoras antes de ser apreendido pelos policiais.

O mais mortal de 2023 foi na Creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, Santa Catarina. Em abril, um homem de 25 anos invadiu o local e matou quatro crianças, de quatro a sete anos. Ele teria pulado o muro e atingido as vítimas com uma machadinha de forma aleatória. Ele fugiu e se entregou na Polícia Militar (PM).

Casos Lana e Hadassa

Entre setembro e dezembro, dois casos surpreenderam o país pela crueldade com crianças. Lana Araújo Lopes, de apenas oito anos, foi morta e escondida em um poço no Grajaú, Zona Sul de São Paulo. Ela ficou desaparecida por duas semanas após sair de casa e ser acompanhada por um vizinho de 13 anos.

No começo de dezembro, outro caso causou espanto no público, o da pequena Hadassa, de apenas quatro anos. A menina foi encontrada morta com sinais de estupro na Baixada Fluminense. O principal suspeito é o primo da criança, quem confessou ter matado Hadassa por medo de vizinhos descobrirem o estupro.

Cariocas aterrorizados por milícias

O Rio de Janeiro sofreu com os ataques de milicianos pela capital e nas cidades da Baixada Fluminense. Além do terror habitual que moradores passam todos os dias, em outubro, a situação se agravou ainda mais. Criminosos do Bonde do Zinho, na Zona Oeste da capital, incendiaram 35 ônibus, um trem e uma estação de BRT na região.

Os ataques foram uma resposta à morte do sobrinho do miliciano, Mateus Resende. O criminoso foi baleado em uma troca de tiros com agentes da Polícia Civil durante uma operação na Comunidade Três Pontes.

Morte de irmão de deputada

No começo de outubro, três médicos de São Paulo foram mortos a tiros em um quiosque, na Barra da Tijuca. Entre eles, o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim. A execução aconteceu por causa de uma confusão entre integrantes do Comando Vermelho, que receberam a informação que o miliciano Taillon de Alcântara Pereira estava no quiosque e deram a ordem de execução.

Os criminosos chegaram a comemorar nas redes sociais a morte de Taillon, mas apagaram a publicação após descobrirem que, na verdade, a vítima não era o criminoso, mas sim o médico Perseu de Almeida.

Guerra contra o crime em SP e BA

O crime organizado foi combatido no Brasil em 2023 pela união de forças policiais. Em São Paulo, após a morte do soldado da Rota, Patrick Reis, no Guarujá, litoral do estado. Uma megaoperação da Polícia Militar (PM) colocou 600 policiais da capital e do litoral nas ruas da Baixada Santista em busca de criminosos.

Em 40 dias de operação, foram 28 mortos, 958 presos, 117 armas e 1 tonelada de drogas apreendidas no litoral de São Paulo. 

A guerra entre o crime organizado e forças de segurança aterrorizaram a população da Bahia. Em setembro, 11 bairros de Salvador estiveram sob o caos. A violência só diminuiu graças às polícias locais aliadas com as da União.

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