Uma moradora de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, tomou três doses de vacinas contra o coronavírus.

Em fevereiro, a médica veterinária foi imunizada com a primeira dose da Coronavac, na UBS Vila Fátima, na cidade e no mês seguinte fez o reforço, como indicado, no mesmo posto.

Insatisfeita com a imunização, a mulher procurou a UBS Uirapuru, no Jardim Santa Helena nesta quarta-feira (30) e conseguiu tomar a dose única da Janssen.

Nas redes sociais, a veterinária afirma que “nenhuma vacina é totalmente segura, pois não houve tempo para a realização de testes”.

De acordo com a publicação, a munícipe de Guarulhos estava incomodada e por isso esperou três meses após a Coronavac para tomar a Janssen.

Na publicação, que foi retirada do ar, a mulher diz que “se sente mais protegida e liberada para viajar”.

A prefeitura de Guarulhos afirma que não é possível garantir que uma pessoa já imunizada contra a Covid-19 receba uma terceira dose da vacina.

Em entrevista à BandNews FM, o secretário de Justiça, Airton Trevisan, disse que no momento da vacinação a equipe responsável verifica o sistema de controle do governo chamado "VaciVida" para saber se a pessoa já recebeu algum dos imunizantes. Caso o nome dela não apareça no site, significa que ela ainda não tomou nenhuma das vacinas disponíveis contra a doença.

Segundo o chefe da pasta, o registro no sistema é feito somente após a aplicação da primeira dose, que pode variar entre o fim da tarde e o dia seguinte. No entanto, se a plataforma apresentar qualquer instabilidade que inviabilize a consulta, a ordem é que a vacinação seja feita da mesma forma. 

As secretarias de Justiça e de Saúde já abriram uma investigação junto ao Ministério Público para apurar eventuais crimes cometidos pela médica veterinária.

O código penal prevê uma multa, além de detenção de um mês a um ano para quem tomar a vacina mais de uma vez. 

Segue a nota na íntegra:

"O prefeito de Guarulhos, Guti, tomou conhecimento nesta manhã das postagens desta médica veterinária e imediatamente determinou que o caso fosse enviado ao Ministério Público Estadual para que ela seja investigada. A Prefeitura não mede esforços para promover uma vacinação célere e eficiente, criando critérios objetivos para a contemplação de sua população. Mas não se pode fechar os olhos para abusos e fraudes que visem burlar esse sistema, ainda mais baseadas em motivações desprovidas de amparo científico que possam prejudicar grupos prioritários para a vacinação, como neste caso.  A Secretaria Municipal de Saúde também abriu um procedimento interno para apurar que tipo de falha pode ter ocorrido neste caso em que a mesma pessoa foi vacinada duplamente com dois imunizantes diferentes".