Mesmo com o estado em fase emergencial, os trabalhadores da cidade de São Paulo têm enfrentado grandes aglomerações nos transportes públicos. Em entrevista a José Luiz Datena, no Brasil Urgente, o presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite (DEM), explicou que as empresas de transporte recebem da prefeitura por ônibus em circulação e que, apesar do interesse em aumentar o número de veículos, não há motoristas qualificados suficientes para conduzir os passageiros em segurança.
"O sindicato tem por obrigação o afastamento de 12% dos motoristas em grupo de risco e a cidade está no limite", afirma Leite. A informação foi desmentida pelo presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, Valdevan Noventa.
Noventa diz que consegue arrumar trabalhadores qualificados e que muitos deles estão até desempregados e procurando emprego, mas que não há interesse do poder público. Um documento com a assinatura do sindicalista corrobora para a tese do vereador Milton Leite, mas Noventa diz que o sindicato não é a favor da redução da frota e que mesmo respeitando o afastamento de motoristas do grupo de risco, seria possível colocar mais ônibus na rua. "Se for para contratar novos funcionários, dentro de dois ou três dias as empresas fazem o processo administrativo. Tem motorista com 20 anos de experiência desempregado na praça precisando de uma oportunidade. Quantos motoristas ele (Milton Leite) quer que eu arrume amanhã? Mil? Dois mil? Três mil?", questiona ele.
Milton Leite conta que há uma reunião marcada com empresários e sindicato para tentar aumentar o número de veículos em circulação e, assim, diminuir as aglomerações.
O estado de SP bateu o recorde de mortos pela Covid-19 na terça-feira (16) e hospitais particulares da capital já pedem vagas de UTI para o SUS, mas o que se vê no transporte público são grandes aglomerações, mesmo depois de decretada a fase emergencial, que busca diminuir a circulação de pessoas.