O governo do ditador venezuelano Nicolás Maduro decidiu revogar, de forma imediata, a autorização para o governo brasileiro representar os interesses da Argentina e de seus nacionais no país.
"A República Bolivariana da Venezuela tomou a decisão de revogar, de maneira imediata, a aprovação concedida pelo Governo da República Federativa do Brasil para exercer a representação dos interesses da República Argentina e de seus nacionais em território venezuelano, assim como os locais da missão diplomática", diz um trecho da nota.
Segundo o comunicado, a Venezuela se viu obrigada a tomar essa decisão, que foi motivada em função do uso das instalações “para o planejamento de atividades terroristas e intenções de assassinato contra o presidente Nicolás Maduro”.
No início de agosto, o governo brasileiro atendeu a um pedido da Argentina e assumiu a custódia da embaixada do país em Caracas após ter a diplomacia expulsa da Venezuela.
Na época, além da Argentina, diplomatas do Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, Republica Dominicana e Uruguai, que contestaram o resultado da eleição presidencial, foram expulsos pelo governo de Nicolás Maduro.
Forças venezuelanas cercam embaixada da Argentina
O partido de oposição Vente Venezuela (VV) denunciou que a sede diplomática da Argentina em Caracas está sob "cerco" de homens encapuzados desde a noite de sexta-feira (6).
Segundo o VV, liderado por María Corina Machado, impedida de concorrer às eleições presidenciais de julho pelo regime chavista, o presidente Nicolás Maduro ordenou a ação.
"Patrulhas com agentes do regime continuam chegando à sede da embaixada da Argentina em Caracas. Consideramos Nicolás Maduro responsável por esse cerco contra nossos líderes em asilo", escreveu na rede social X.
O ex-deputado Omar González, também em asilo, denunciou o corte no fornecimento de eletricidade à residência, que agora está abastecida por gerador de energia.
Além de Urruchurtu e González, está na embaixada Magalli Meda, que foi gerente de campanha para a eleição presidencial; Claudia Macero, coordenadora de comunicações do VV; Humberto Villalobos, coordenador eleitoral do Comando de Campanha do VV; e o ex-ministro Fernando Martínez Mottola, assessor da Plataforma Unitária Democrática (PUD), o principal bloco de oposição.
Os seis políticos se refugiaram depois que o Ministério Público venezuelano os acusou de vários crimes, incluindo conspiração e traição, entre outros.