A capital paulista amanheceu nesta quarta-feira (29) com uma nova greve de motoristas e cobradores de ônibus. A decisão foi tomada depois da categoria não chegar a um acordo com os patrões sobre uma série de reinvindicações.
A reportagem da TV Bandeirantes esteve em alguns terminais de ônibus já nas primeiras horas do dia para mostrar a dificuldade enfrentada pela população no transporte público. A equipe esteve nos terminais Santo Amaro, Grajaú, Barra Funda e Itaquera.
Terminal Santo Amaro
Terminal Grajaú
Terminal Barra Funda
Terminal Itaquera
No último dia 14, a categoria já havia realizado uma paralisação das atividades. Na ocasião, conseguiu um reajuste salarial de 12,4%, mas não obteve outras melhorias que eram solicitadas, como a hora do almoço remunerada e a participação nos lucros.
Em entrevista ao Bora SP, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB) criticou a ação do sindicato.
"Estamos aqui na SP Trans com o nosso jurídico acompanhando e aguardando o julgamento que será às 15h. Se a gente tinha uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para poder definir os itens que ficaram pendentes, não tem o menor sentido o sindicato ter deflagrado essa greve causando transtorno e levando sofrimento para 1,5 milhão de pessoas”, disse.
É irresponsável o que estão fazendo. Esses demais itens estão para ser julgados. Poderia ter sido aguardado. Não teria porque fazer essa greve hoje.
“Eles precisam ser responsabilizados pelo descumprimento de uma decisão judicial. A situação de hoje é pela segunda vez de uma forma totalmente desrespeitosa a população de São Paulo e ao judiciário”, completou o prefeito.
Empresas de ônibus investigadas
Ricardo Nunes não acredita que as empresas que são suspeitas de ligação com o crime organizado tenham relação com a paralisação.
“Eu creio que não tenha ligação. As empresas que estão na investigação são empresas que estão funcionando em 100%. Então não teriam interesse nas ações irresponsáveis do sindicato."
Possível aumento nas passagens
"A gente está fazendo um esforço gigantesco para não aumentar a passagem, até pelo momento que estamos vivendo. Manter a tarifa é uma estratégia inclusive da retomada econômica da cidade. [A chance de manter] é de 50%”, explicou.
O que diz o Sindmotoristas
O sindicato que representa os motoristas repudiou as declarações concedidas pelo prefeito Ricardo Nunes. Em nota, o Sindmotoristas chamou a fala de “leviana, covarde e infeliz”.
“Primeiramente, cabe dizer que o prefeito tem agido covardemente, pois sempre terceiriza a sua responsabilidade em dialogar com o sindicato e reconhecer a essencialidade dos trabalhadores em transportes que estão legitimamente reivindicando os seus direitos. Outros ataques partidos do prefeito são levianos”, afirmou o presidente em exercício da entidade, Valmir Santana da Paz (Sorriso).
Rodízio suspenso
O rodízio municipal de veículos está suspenso hoje por causa da paralisação de motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista. Os carros com placas finais 5 e 6 poderão circular normalmente por todo o centro expandido ao longo do dia.
As faixas exclusivas e os corredores de ônibus ficarão liberados para circulação de automóveis enquanto durar a greve.
Seguem valendo as restrições para caminhões e fretados, além da Zona Azul.