Após mais de um ano de conflito, Israel e o grupo Hamas finalmente chegaram a um acordo de cessar-fogo. A guerra na região da Faixa de Gaza deixou milhares de mortos e levou a um acirramento de tensões em todo Oriente Médio – diversas tentativas anteriores para algum tipo de acordo de paz haviam fracassado.
Relembre como o conflito começou e como ele chegou até aqui:
Ataque terrorista
No dia 7 de outubro de 2023, o Hamas realizou um ataque contra o território de Israel, no qual 1200 pessoas foram mortas e 240 foram sequestradas. Entre as imagens mais impactantes, estavam as de um festival de música que acontecia na região e foi alvo da incursão.
Horas depois, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas e Israel iniciou ataques aéreos em Gaza.
No dia 13 de outubro, Israel deu um ultimato a palestinos para que deixassem a cidade de Gaza. Lá, viviam cerca de 1 milhão de pessoas.
Reféns e comunidade internacional
No dia 20 de outubro, o Hamas libertou as primeiras duas reféns. Mais tarde, no dia 23, soltou mais duas.
Entretanto, o conflito não dava sinais de arrefecimento. As ações de Israel também começaram a serem mais escrutinadas pela comunidade internacional.
Se por um lado o país contou com o apoio incondicional dos Estados Unidos, por outro, passou a sofrer condenações de outras nações. No dia 17 de outubro, a explosão ocorrida em um hospital gerou protestos e os caminhões com ajuda humanitária só receberam autorização para entrar na Faixa de Gaza no dia 21 de outubro.
Em novembro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que Gaza havia se tornado um “cemitério de crianças” e fez um apelo por um cessar-fogo.
Também em novembro, um primeiro grupo de brasileiros e palestinos que havia pedido repatriação conseguiu deixar Gaza após um mês de espera.
Conflito prolongado e mais reações
Após uma breve pausa, o confronto foi retomado em dezembro de 2023. A África do Sul entrou com uma ação no Tribunal de Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda, na qual denunciou Israel por genocídio dos palestinos e as audiências começaram no início de 2024.
Em fevereiro, Israel chegou a disparar contra uma multidão que esperava comida em Gaza, deixando mais de 100 mortos.
O presidente Lula chegou a comparar as ações contra os palestinos às cometidas contra judeus durante o Holocausto, o que levou o governo de Israel a declará-lo “persona non grata” no país.
Em março, após diversas tentativas frustradas – inclusive do Brasil --, o Conselho de Segurança da ONU conseguiu votar uma resolução que pedia um cessar-fogo na região.
Em junho, uma segunda resolução foi aprovada pelo órgão, dessa vez com um voto a favor dos EUA, que havia se abstido na primeira votação.
Países como Espanha, Irlanda e Noruega também passaram a reconhecer oficialmente o Estado da Palestina.
Eleições dos EUA
A guerra em Gaza virou tema das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Protestos tomaram as universidades norte-americanas, nos quais estudantes pediam um cessar-fogo imediato. Em muitos casos, Israel foi acusado de cometer genocídio.
Ambos os candidatos, Kamala Harris e Donald Trump, deixaram claro que não deixariam para trás o apoio que davam a Israel. Trump prometeu apoio incondicional, enquanto Kamala tentou se equilibrar para enfatizar que também era importante olhar para o povo palestino.
Alastramento do conflito
A situação ficou ainda mais crítica com a entrada do Hezbollah, grupo que atua no Líbano, Israel passou a atacar alvos do grupo terrorista no país. O Irã também entrou no confronto e chegou a atacar o território de Israel.
Israel, inclusive, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, como “persona non grata”, o impedindo de entrar no país, por não ter condenado de forma enfática o ataque do Irã.
Eventualmente, Israel eliminou lideranças importantes do Hezbollah e ambos os lados concordaram em um cessar-fogo.