O Ministério da Saúde anunciou mais detalhes sobre a vacinação contra covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. A pasta decidiu que o intervalo entre as doses será de 2 meses. As primeiras vacinas serão enviadas para os municípios a partir de 14 de janeiro e serão aplicadas em uma ordem de prioridade.
A bula da vacina da Pfizer indica que as doses podem ser aplicadas em um intervalo menor, de apenas 3 semanas. Mas o Ministério explicou por que resolveu fazer diferente.
"Estudos demonstraram que, em um intervalo maior, há maior produção de anticorpos. Temos benefício maior. E se não estamos em um cenário epidemiológico onde haja necessidade premente de se completar um esquema vacinal primário, é muito melhor que esse intervalo se amplie. E nas crianças tem risco de miocardite. É um risco raro, mas queremos que risco seja o menor possível. Trabalhos demonstraram que, se ampliar o espaço de tempo, dá uma maior proteção pra esse efeito adverso. O risco de miocardite é menor se tomado em 8 semanas", afirmou Rosana Leite Melo, secretaria do Ministério da Saúde, que ainda completou que outros países usaram diferentes intervalos nessa aplicação.
Distribuição de doses
O Ministério da Saúde informou que receberá 20 milhões de doses no 1º trimestre, sendo que 3,74 milhões chegarão em janeiro. Há ainda mais 20 milhões reservadas para o 2º trimestre.
Com isso, a expectativa é que a partir de 14 de janeiro essas doses estejam aptas para envio aos municípios.
Ordem de prioridade
O Ministério da Saúde sugeriu que a vacinação começará pelas crianças com comorbidades, indígenas e quilombolas.
Na sequência a recomendação é vacinar crianças que moram em lares com pessoas que têm mais propensão a evoluir para casos graves de covid-19.
Por fim, o Ministério recomenda vacinar crianças mais velhas dentro desse grupo etário. Mas a pasta ressalta que tudo isso será regido por cada município.
Receita médica
O Ministério já tinha informado que não ia cobrar prescrição médica para vacinação, como queria o presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas Rosana recomendou que isso seja feito.
"Nossa recomendação é que é imprescindível que os pais consultem os médicos antes dos filhos tomarem essa vacina. A criança está em pleno desenvolvimento. Temos efeitos adversos, embora sejam raros. Nesse público o cuidado tem que ser maior", afirmou Rosana.