A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, na manhã desta sexta-feira (5), pelo horário de Brasília, que a covid-19 não é mais uma emergência global. Na prática, a doença deixa de ser considerada um risco mundial.
A informação foi confirmada pelo diretor da OMS, Tedros Adhanom, em coletiva de imprensa. A organização classificou o surto mundial da doença como pandemia em março de 2020. Veja perguntas e respostas sobre o que muda com o fim do alerta máximo para covid-19.
Apesar do rebaixamento, informações sobre o relatório do Comitê de Emergência da OMS, divulgado hoje no site da entidade, ainda usa o termo “pandemia” para se referir à presença da covid-19 em todo o mundo.
“Gerenciamento da pandemia”
Para a OMS, são necessárias ações de longo prazo para o gerenciamento da pandemia causada pelo Sars-Cov-2, o coronavírus causador da covid-19.
“Embora reconhecendo as incertezas remanescentes postadas pela evolução potencial do SARS-CoV-2, eles [especialistas que participaram do Comitê de Emergência Internacional] aconselharam que é hora de fazer a transição para o gerenciamento de longo prazo da pandemia de COVID-19”, diz a nota publicada pela OMS.
Na prática, pandemia é um termo usado para classificar a disseminação de uma nova doença em todo o mundo, cujo combate e prevenção do surto se torna uma tarefa de empenho internacional.
Fatores para a mudança de status
Para mudar o status, a OMS entendeu que há evidências de que houve redução dos riscos à saúde humana, impulsionada, sobretudo, pela vacinação em massa. Segundo a entidade, 13,3 bilhões de doses foram aplicadas em todo o mundo.
A organização também avalia que houve um declínio global significativo no número semanal de mortes, hospitalizações e admissões em unidades de terapia intensiva relacionadas à covid-19. Para a OMS, o vírus continua a evoluir, mas as variantes atualmente circulantes não parecem representar aumento na gravidade.
Recomendações da OMS
Para o acompanhamento da pandemia, a partir do rebaixamento de hoje, a OMS destaca recomendações aos países, como a antecipação de medidas para surtos futuros. No contexto da pandemia, muitos gestores não estavam preparados para lidar com a crise. Abaixo, veja mais orientações:
- integrar a vacinação contra a covid-19 nos programas de imunização ao longo da vida;
- reunir informações de diversas fontes de dados de vigilância de patógenos respiratórios para permitir uma consciência situacional abrangente;
- preparar-se para que as contramedidas médicas sejam autorizadas dentro das estruturas regulatórias nacionais para garantir a disponibilidade e o fornecimento a longo prazo;
- manter o trabalho com as comunidades e líderes locais para alcançar comunicações fortes de risco, resilientes e inclusivas e engajamento da comunidade e programas de gerenciamento de infodemia;
- continuar a suspender as medidas de saúde relacionadas a viagens internacionais covid-19;
- continuar a apoiar a pesquisa para melhorar as vacinas que reduzem a transmissão e têm ampla aplicabilidade.
Rebaixamento no Brasil
No Brasil, a covid-19 deixou de ser uma emergência em saúde pública em maio de 2022, sobretudo por causa do avanço da vacinação e redução no número de mortos, hospitalizados e infectados.
Com o fim da emergência no Brasil, medidas sanitárias foram flexibilizadas, como a obrigatoriedade do uso de máscaras em aeroportos, transporte público e em estabelecimentos fechados. Bares e restaurantes voltaram a funcionar normalmente.