União Brasil quer candidato próprio à Presidência, mas pode abrir mão dependendo de aliança, afirma ACM Neto

Ex-prefeito de Salvador e secretário-geral da legenda que surge da fusão do DEM com o PSL foi entrevistado na Rádio Bandeirantes

Rádio Bandeirantes

O União Brasil quer ter candidato próprio à Presidência da República, mas admite abrir mão da cabeça de chapa numa aliança com outros partidos. Foi o que afirmou em entrevista à Rádio Bandeirantes o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, secretário-geral da legenda que surge da fusão do DEM com o PSL.

Segundo ele, há três nomes “bastante consistentes” para se candidatar ao Planalto pelo União Brasil: José Luiz Datena, do PSL, e Rodrigo Pacheco e Luiz Henrique Mandetta, do DEM.

A ideia do novo partido, seja com candidato próprio ou numa aliança, é se consolidar como alternativa à polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.

“Nós que não desejamos que o Brasil no ano que vem fique refém apenas de duas escolhas de duas opções, vamos nos movimentar para tentar ajudar na organização desse campo que vai desde a centro direita a centro esquerda. Nosso objetivo principal é lançarmos um candidato próprio a presidente da República. Já temos de largada três nomes bastantes consistentes. Dentro do DEM, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. No PSL, o apresentador Datena. São três nomes que estão colocados no processo”, disse. 

Possíveis alianças 

ACM Neto vê um grande arco de partidos que poderiam estar com o União Brasil numa aliança de centro – até mesmo o PDT, de Ciro Gomes.

“Se outro candidato nesse campo for mais competitivo vocês vão descartar uma conversa? Claro que não. Em uma construção positiva o ideal é que a gente tenha sentados em uma mesma mesa diversos partidos. A exemplo do MDB, PSDB, Podemos, do Cidadania, do PV e até dialogar com o PDT, do ex-ministro Ciro Gomes. Nosso desejo e nosso objetivo será apresentar um candidato próprio à presidência da República, caso isso não seja possível, não vamos nos fechar ao diálogo com outros partidos que possam ter afinidade dentro de um projeto nacional comum”, afirmou. 

Juntando PSL e DEM, o União Brasil nasce com 82 deputados, 8 senadores e 4 governadores, mas deve encolher num primeiro momento. Apenas na Câmara, a estimativa de ACM Neto é de que 40% dos parlamentares não fiquem no partido.

Deputados alinhados ao presidente Bolsonaro

O ex-prefeito de Salvador diz que já está no radar da nova sigla a saída dos nomes mais alinhados ao presidente Jair Bolsonaro. 

“A gente tem que olhar para frente e o que vai ser esse partido em 2022. Essa fotografia só vai ficar clara de março para abril do ano que vem. Em muitos estados vão acontecer mudanças. A gente espera que os deputados mais ligados ao bolsonarismo acabem saindo do partido. Bolsonaro deverá nos próximos dias estar anunciando a sua filiação partidária, especula-se que no Progressistas, e uma boa parte dos deputados que são identificados com o presidente devem seguir sua filiação partidária. Nós não vamos fazer nenhum movimento para evitar que isso aconteça”, disse.  

Aprovada pelas executivas do DEM e do PSL, a fusão precisa ser autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Na divisão dos cargos de direção, a presidência do União Brasil ficou com Luciano Bivar, do PSL.

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