O ministro do STF Ricardo Lewandowski retirou o sigilo das trocas de mensagens entre o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato. O documento com as conversas tem 50 páginas.
No dia 14 de dezembro de 2016, Deltan Dallagnol, o coordenador da força-tarefa, envia uma mensagem a Moro avisando sobre uma nova denúncia contra Lula que seria feita pelo Ministério Público.
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A quinta denúncia contra o ex-presidente, comemorada pelo ex-juiz, foi oferecida no próprio dia 14. Lula foi acusado de praticar os crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em contratos da Petrobras com a Odebrecht.
Moro aceitaria a denúncia cinco dias depois. Na ação, os procuradores diziam que a Odebrecht teria comprado o terreno onde seria construído o Instituto Lula em troca de favorecimento em contratos com a petroleira.
O objetivo da defesa do ex-presidente é que processos sejam anulados por causa das relações de Sérgio Moro com procuradores da Lava Jato. A defesa diz que os diálogos mostram que ele trabalhou junto com um dos lados e não teria sido isento nos julgamentos.
Caso haja entendimento de que Moro estava comprometido com a Procuradoria (ou seja, era suspeito), as sentenças proferidas por ele poderão ser anuladas. Isso inclui o processo contra Lula no caso do tríplex de Guarujá, que levou o petista à prisão em 2018, está sendo avaliado pelo STF e deve ser julgado neste ano.