UE chega a acordo para pacote de ajuda de € 50 bi à Ucrânia

Após Hungria desistir do veto que mantinha ao plano desde meados de dezembro, líderes europeus aprovam liberação de mais ajuda ao país em guerra

Por Deutsche Welle

UE chega a acordo para pacote de ajuda de € 50 bi à Ucrânia
REUTERS/Yves Herman

Os líderes da União Europeia chegaram a um acordo nesta quinta-feira (01/02) para liberação de 50 bilhões de euros em ajuda à Ucrânia nos próximos quatro anos, depois que a Hungria retirou seu veto ao pacote, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

"Temos um acordo. Unidade. Os 27 líderes concordaram com um pacote de apoio adicional de 50 bilhões de euros para a Ucrânia dentro do orçamento da UE", anunciou Michel através da rede social X.

O acordo vinha sendo bloqueado pela Hungria desde a última reunião de cúpula dos líderes em Bruxelas, em meados de dezembro.

O presidente do Conselho Europeu comemorou o fato de que "isso garante um financiamento firme, de longo prazo e previsível para a Ucrânia" e que, ao fazer isso, "a UE está assumindo a liderança e a responsabilidade no apoio à Ucrânia". "Sabemos o que está em jogo", escreveu ele.

O bloqueio de Orbán

A mensagem de Michel veio poucos minutos após o início, em Bruxelas, de uma cúpula de chefes de Estado e de governo, que foi precedida por uma reunião de Michel com o presidente da França, Emmanuel Macron, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, a premiê italiana, Giorgia Meloni, e o presidente húngaro, Viktor Orbán, para encontrar uma solução para o impasse.

Posteriormente, somaram-se à reunião os chefes de governo da Espanha, Pedro Sánchez, da Bélgica, Alexander De Croo, da Holanda, Mark Rutte, e da Polônia, Donald Tusk.

Orbán pedia um mecanismo para avaliar anualmente a ajuda à Ucrânia, apesar de o plano ir até 2027, e a possibilidade de um veto em cada análise, algo que o restante dos parceiros rejeitou categoricamente.

Os outros 26 países-membros, no entanto, mantiveram a posição acordada em dezembro de 2023 de incluir essa ajuda na estrutura financeira plurianual e, se não fosse possível chegar a um acordo unânime, tinham um plano B para transferir fundos para Kiev, mesmo sem a aprovação da Hungria.

Revisão opcional

Finalmente, durante a reunião anterior à cúpula, foi decidido com Orbán que os líderes debateriam a assistência à Ucrânia todos os anos em uma cúpula e que, após dois anos, poderiam "caso necessário" pedir à Comissão Europeia que houvesse uma revisão da questão.

No entanto, para fazer esta revisão ou fazer qualquer alteração na ajuda, será necessária a aprovação de todos os Estados-membros, o que significa que Orbán não poderá bloquear novamente o pacote de assistência a Kiev, segundo explicaram várias fontes europeias.

Além disso, os demais líderes concordaram em incluir um parágrafo no documento de conclusões que lembra que as medidas para bloquear fundos devido a ataques ao Estado de direito (um mecanismo que atualmente mantém bloqueados 6,3 bilhões de Budapeste) devem ser "proporcionais à repercussão que tem a violação".

"O Conselho Europeu cumpriu as nossas prioridades: apoiar a Ucrânia, combater a migração ilegal, apoiar a competitividade europeia. Um bom dia para a Europa", comemorou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também na rede social X.

Zelenski comemora

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, comemorou o acordo alcançado e Zelensky descreveu como "muito importante" o apoio unânime dos líderes europeus. "Isso demonstra mais uma vez a força da unidade da UE", destacou.

"A continuidade do apoio financeiro da UE à Ucrânia fortalecerá a estabilidade econômica e financeira, o que é tão importante quanto a assistência militar e as sanções que pressionam a Rússia", completou Zelensky.

A Ucrânia necessita urgentemente de continuar a receber ajuda da UE para manter sua economia em funcionamento e continuar resistindo à agressão militar russa. Kiev também espera que sejam desbloqueados os mais de 60 bilhões de dólares propostos pela Casa Branca para ajudar o país ao longo de 2024. No entanto, o Partido Republicano opõe-se a dar sinal verde a estes fundos no Congresso dos Estados Unidos.

md/cn (EFE, Reuters, AFP)

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